“O Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz.” As palavras que a Virgem proferiu em Fátima, na aparição de 13 de julho de 1917, pressupõem, no entanto, que os homens e nações “deixem de ofender a Deus” e que atendam aos seus pedidos de conversão.
Duas décadas mais tarde, poucos dias antes de rebentar a Segunda Guerra Mundial, a Virgem refere, numa nova aparição à Lúcia, a 13 de junho de 1939, que “é chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os bispos do mundo, a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio”.
Hoje, a pedido dos bispos ucranianos, o Papa Francisco, realizou este pedido, em união todos os bispos do mundo, juntando-se assim à lista dos Papas anteriores (Pio XII, Paulo VI e João Paulo II).
“Nesta hora, a Humanidade, exausta e transtornada, está ao pé da cruz convosco. E tem necessidade de se confiar a Vós, de se consagrar a Cristo por vosso intermédio. O povo ucraniano e o povo russo, que Vos veneram com amor, recorrem a Vós, enquanto o vosso Coração palpita por eles e por todos os povos ceifados pela guerra, a fome, a injustiça e a miséria”, disse o Santo Padre na basílica de São Pedro, diante da Imagem da Virgem de Fátima.
“Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz”.
Francisco proferiu estas palavras no final de uma celebração penitencial, que reuniu 40 cardeais e outros tantos bispos e sacerdotes, em que houve tempo para confissões, incluindo a do próprio Papa.
Ao vermos Francisco de joelhos, a confessar-se, percebemos que “a conversão dos pecadores e a reparação das ofensas feitas a Deus” não diz respeito apenas aos Papas e aos bispos, mas é para todos.
“Pois, se quisermos que mude o mundo, tem de mudar primeiro o nosso coração”, explicou o próprio Papa na homilia da celebração.
“Não bastam as garantias humanas, é necessária a presença de Deus, a certeza do perdão divino, o único que apaga o mal, desativa o rancor, restitui a paz ao coração.” Porque a condição para a paz no mundo começa no nosso sim - livre e constantemente renovado - a Cristo, o redentor do homem.