João Miguel Silva estava a dormir quando, na manhã deste sábado, acordou ao som de sirenes e de "bombas a rebentar no ar".
Assim que acordou, a primeira preocupação do atual guarda-redes do Beitar de Jerusalém foi com o bem-estar dos filhos, que tinham saído para ir ao parque com o avô.
"Acordei e liguei-lhe a dizer 'venha rápido para casa'. E estamos aqui desde então, fechados em casa com as janelas fechadas, tudo fechado."
Em declarações à Renascença, o internacional português, que vive com o sogro e os filhos em Jerusalém desde o início do ano, explica que está a tentar sair rapidamente de Israel e regressar a Portugal.
“Neste momento estamos a preparar tudo para sairmos daqui o mais rápido possível”, diz o antigo jogador do Guimarães.
Os disparos, a partir de vários locais da Faixa de Gaza, começaram antes das 06h30 locais (04h30 em Lisboa) e continuaram ao longo da manhã, antes de ter sido noticiada a presença de homens armados em cidades israelitas como Sderot.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Neytanyahu, já declarou que o país está oficialmente "em guerra", ordenando às forças de defesa (IDF) que recapturem as localidades tomadas por elementos do Hamas no sul de Israel.
O grupo que controla a Faixa de Gaza desde 2007 já disparou mais de 2 mil foguetes contra território israelita desde a madrugada, dizem as autoridades israelitas; o Hamas reivindica ataques com mais de 5 mil foguetes.
A embaixada israelita em Lisboa fala num ataque "disfarce" com o propósito de os militantes se infiltrarem em Israel. Há já vários relatos de israelitas feitos reféns por elementos do Hamas, que estarão envolvidos em confrontos em pelo menos sete cidades israelitas.
Os serviços de emergência de Israel dizem que pelo menos 22 pessoas morreram nos ataques do Hamas, com o Ministério da Saúde a indicar que pelo menos 545 feridos já deram entrada em hospitais do país.
Os media palestinianos falam em pelo menos quatro mortos na Faixa de Gaza, que está a ser bombardeada pelos hebraicos. A Al-Jazeera indica que há "dezenas" de mortos e feridos a dar entrada no Hospital al-Shifa em Gaza.