O governo do Reino Unido congelou os bens de Roman Abramovich, incluindo o Chelsea Football Club, de que o empresário é dono, no âmbito das sanções a oligarcas russos, a propósito da guerra na Ucrânia.
No dia 2 de março, Abramovich colocou o Chelsea à venda, em defesa "do interesse do clube, dos adeptos, dos colaboradores, bem como dos patrocinadores e parceiros do clube". O Chelsea recebeu uma licença especial para continuar a desenvolver a sua atividade futebolística, no entanto, este congelamento suspende, para já, a sua venda.
Ainda assim, a licença para a atividade futebolística do Chelsea é muito apertada. O clube pode pagar a jogadores, equipa técnica e "staff" as viagens para e de jogos, assim como pagar a diretores e cobrir os custos de segurança, "catering" e "stewards", mas nada mais. Só sócios que já tenham bilhetes de época é que poderão assistir aos jogos.
De acordo com o jornal britânico "The Times", o governo britânico terá de dar autorização especial para a venda do Chelsea. Roman Abramovich "não receberá um cêntimo" da operação, direta ou indiretamente.
Abramovich tentou isentar Chelsea das sanções
No passado dia 26 de fevereiro, dois dias depois da invasão da Rússia à Ucrânia, Abramovich entregou a gestão do Chelsea à fundação do clube, por considerar que deixara de ser quem está "em melhor posição para cuidar dos interesses do clube, jogadores, equipa técnica e adeptos".
Roman Abramovich, de 55 anos, oligarca russo (agora também de nacionalidade portuguesa) com ligações à Gazprom e ao regime de Vladimir Putin, adquiriu o Chelsea em 2003, por 155 milhões de euros. Com ele, o clube inglês conquistou 19 títulos no futebol masculino, incluindo duas Ligas dos Campeões, e 11 no feminino, num total de 40.
Abramovich é um de sete oligarcas russos sancionados pelo governo britânico. A sanção ao dono do Chelsea é justificada com a relação próxima com Putin ao longo de décadas, envolvendo tratamento preferencial, e com benefícios fiscais, incluindo isenção de impostos para as suas empresas, compra e venda de ações a taxas de juro favoráveis e contratos assinados na contagem decrescente para o Mundial.
Citado pela agência Reuters, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, declarou que "não podem haver portos seguros para aqueles que apoiaram o ataque doentio de Putin à Ucrânia".