O ainda treinador do Arouca, Daniel Sousa, admite o desconforto da situação em que está depois de ter sido confirmado como futuro treinador do Sp. Braga, o seu futuro clube.
Como lidar com a situação?
"Em primeiro lugar, vou ser muito honesto, não é uma situação confortável tudo isto que se vive, sobretudo entre os clubes. Não é a situação que eu procure, que eu procure normalmente na minha vida, mas é uma situação que ocorreu. Ocorreu porque eu percebo que aquilo que tem sido o meu profissionalismo durante, ou seja, aquilo que tem sido a minha carreira até agora é pautada pelo trabalho e a partir desse momento eu sei que nada pode afetar naquilo que é o meu trabalho, a não ser eu próprio. Portanto, partimos para esta semana com o mesmo espírito de todas as outras semanas, com a mesma ambição, com a mesma mentalidade de trabalho, de querer, de querer fazer as coisas, de querer ganhar os jogos, como foi todo o meu discurso desde que cá cheguei, desde que entrei aqui no Arouca, de ganhar jogo a jogo, de procurar andar para a frente na tabela e é com esse espírito que encaramos este jogo."
Ganhar ao Sp. Braga
Tudo isso que está a ser gerado à volta destas coisas que estão a acontecer tem importância mediática, única e exclusivamente, porque o futebol, e mais uma vez eu falei isso até em relação ao VAR há uns tempos - que não tem nada a ver com isto em concreto -, mas eu falei em tudo que fosse alterar a essência do jogo e a essência do jogo são os jogadores, é o jogo em si e isso não mexe com o jogo em si, porque o jogo em si é para ganhar, os jogos são perfeitos para ganhar, isso também é a essência do jogo e tudo o que não seja isso pode ser ruído, mais ou menos ruído, que não afeta propriamente aquilo que vai acontecer lá dentro. Agora, aquilo que nós queremos, aquilo que os jogadores e a equipa do Arouca querem e eu quero muito é ganhar o jogo."
Relação com o diretor geral do Arouca
"Não faz parte do treinador comentar qualquer coisa que seja da hierarquia do clube. E são coisas que se acabam por resolver internamente."
Situação pode afetar as jornadas que faltam?
"Não, não, não afeta, não afeta. Como eu estava a dizer, a situação não é confortável, isso está explícito, mas não afeta em nada aquilo que são as relações, aquilo que é o trabalho, aquilo que são as ambições do clube, das pessoas que estão à volta do clube, nossas, dos jogadores, não afeta a ambição de ninguém.
Situação afeta dentro do balneário?
"Não, não, de todo. De todo. De todo, porque eu pauto a minha vida por isso, a minha vida não tem a ver com o momento, tem a ver com o que faço desde sempre, eu não tenho redes sociais, eu protejo-me precisamente porque sei que há coisas que podem ter mais ou menos impacto nas pessoas, e eu sei que o jogador de futebol também faz isso bastante, ok? Há, obviamente, que há uma rede próxima dos jogadores que pode ter mais ou menos impacto, mas isso depois é com cada um, mas em termos de equipa, não, não teve qualquer impacto."
Que Braga espera?
“Nós esperamos, é uma equipa com uma organização, mais uma vez, e foi uma mensagem que nós passámos, que tem ali algumas dinâmicas parecidas com o Farense, obviamente que distintas, mas ao mesmo tempo semelhantes na sua organização, que tem a ver muito com aquilo que fazem sobretudo pelos corredores e tanto a qualidade individual, como a qualidade das dinâmicas que eles metem lá nos corredores, a forma como marcam golos também é bastante padronizada, e isso, tal como eu disse antes do Farense, quando estas equipas têm comportamentos que são identificáveis várias vezes, ou seja, padrões, quer dizer que há algum trabalho ali, e isso é o que nós identificámos neles, e que realmente são fortes. Mesmo sendo identificáveis, às vezes é difícil de contrariar. Obviamente que nós sabemos como o fazer, e é o que vamos procurar fazer."