A presidente da Comissão Europeia disse esta quarta-feira que os ataques russos a centrais elétricas e outras infraestruturas na Ucrânia são “atos de puro terror” que equivalem a crimes de guerra.
“Ontem vimos novamente os ataques direcionados da Rússia contra uma infraestrutura civil. Isso está a marcar mais um capítulo numa guerra já muito cruel. A ordem internacional é muito clara. São crimes de guerra”, afirmou Ursula Von der Leyen, num discurso no Parlamento Europeu, citada pela agência Reuters.
No entender da presidente da Comissão Europeia “ataques direcionados à infraestrutura civil com o objetivo claro de deixar homens, mulheres e crianças sem água, eletricidade e aquecimento com o início do inverno são atos de puro terror e temos que qualificá-lo como tal”.
Von der Leyen garantiu o apoio continuado à Ucrânia “pelo tempo que for necessário”, prometendo “proteger os europeus da outra guerra que Putin está a travar contra a nossa energia”.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou na terça-feira a Rússia de ter destruído quase um terço das centrais elétricas da Ucrânia em pouco mais de uma semana, o que está a provocar grande falhas de corrente no país.
“Desde 10 de outubro, 30% das centrais elétricas ucranianas foram destruídas, provocando apagões em todo o país” numa altura em que já se aproxima o inverno, disse Zelensky na rede social Twitter, reiterando que se recusa a negociar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
A capital ucraniana, Kiev, e outras regiões da Ucrânia ficaram sem eletricidade e sem água, após ataques de 'drones' e mísseis russos sobre infraestruturas essenciais, pelo segundo dia consecutivo, anunciaram as autoridades locais.
A Ucrânia acusou Moscovo de usar aparelhos voadores não tripulados - 'drones' - de fabrico iraniano nos ataques às infraestruturas elétricas e de abastecimento de água, mas o Kremlin afirmou desconhecer o uso de tais armas.
“Não temos essa informação. Foi usada tecnologia russa, com nomes russos”, afirmou aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, remetendo para o Ministério da Defesa russo.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.