Três jovens ativistas foram detidos, na manhã desta segunda-feira, em Lisboa, por terem impedido o acesso ao edifício da Galp.
O protesto começou por volta das 8h00 e visava contestar o papel das petrolíferas no aumento do custo de vida e na crise climática.
Àquela hora, a reportagem da Renascença dava conta de pelo menos 20 ativistas junto a uma das portas de entrada do edifício da Galp, com três deles com as mãos coladas às portas de vidro do edifício com supercola.
Os ativistas, todos elementos do Movimento pela Justiça Climática, empunhavam cartazes e gritavam palavras de ordem de apelo ao fim do consumo de combustíveis fósseis e acusando a Galp, tal como as principais petrolíferas do mundo, de se ter aproveitado da invasão da Ucrânia pela Rússia para aumentar os seus preços e os seus lucros como nunca.
Entretanto, chegou a polícia, acompanhada do gabinete médico da própria GALP, que com diluente, descolaram as mãos dos jovens - que depois foram encaminhados para a esquadra de polícia mais próxima, a de Benfica.
Mariana Rodrigues, uma das ativistas neste protesto, acusa a GALP de crimes contra a humanidade, ao não acelerarem a transição energética.
“Ao mesmo tempo que nos leva a uma crise social gigante, e a aumentar o custo de vida, a GALP está a levar-nos a uma crise climática. Extrair, importar e queimar gás é um crime neste momento. Na Europa, temos a maior seca dos últimos 500 anos e um terço do Paquistão está debaixo de água", lembra esta jovem ativista, para quem são necessárias soluções reais e a transição para energias renováveis.
Segundo a jovem ativista, “enquanto a GALP continuar a bloquear isto, o que está a fazer é um crime contra a humanidade”, por isso garante que os protestos vão repetir-se.
“O movimento não vai parar. Vamos continuar enquanto for necessário. Estas empresas sabem o que estão a fazer e nunca vão parar. Cabe-nos a nós parar e criar uma transição justa”, assegura Mariana Rodrigues
De acordo com a Climáximo, os “lucros recorde da Galp de 420 milhões de euros no primeiro semestre estão diretamente relacionados com o aumento dos preços e da inflação”.
Para os ativistas, o “aumento do custo de vida dos povos nos países por todo o mundo é consequência de uma economia capitalista construída para ser viciada em combustíveis fósseis”.
De acordo com a Climáximo, “no meio desta crise energética e social, por cima da crise climática, os governos europeus estão a ceder à chantagem das petrolíferas e, em vez de acelerarem para acabar com os fósseis, continuam a subsidiar essa energia e a construir mais infraestruturas”.