Pais e nutricionistas concordam com as novas regras para as cantinas escolares, que impedem a venda de produtos como empadas de galinha, pão com chouriço e até o pastel de bacalhau. Os produtos estão incluídos numa lista de cerca de meia centena de alimentos onde estão também as pizzas, os hambúrgueres, as batatas fritas e os chocolates.
Para o presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Educadores (CNIPE), cabe à escola dar o exemplo sobre o que é uma alimentação saudável.
“A CNIPE viu com agrado e até à presente data não chegou nenhuma reclamação. Portanto aquilo que entendemos é que os bons hábitos alimentares devem ser uma preocupação, porque todos nós somos aquilo que comemos e, portanto, deve começar em casa e acabar na escola a darem o exemplo”, diz Rui Martins.
“Naturalmente que este processo deve ser garantido e complementado junto das famílias em não autorizarem que os alunos saiam das escolas para poder comer.”
O facto de as crianças poderem sair da escola para ir comprar comida pouco saudável noutros locais próximos é um risco, assume o presidente da Associação Portuguesa de Nutrição. Nuno Borges diz, no entanto, que isso não invalida que a escola dê o exemplo.
“É óbvio que isso pode acontecer, mas uma coisa é isso acontecer, outra coisa é a escola dizer que porque isso vai acontecer isto não interessa para nada e deixar andar.”
“A escola tem a obrigação de dar uma orientação relativamente àquilo que será mais saudável ou menos saudável e promovê-lo dentro de portas. Não basta dizer que isto é bom e aquilo é mau, e depois, no bar, venderem croissants de chocolate.”
Nuno Borges defende que proibir a venda de certos alimentos é fundamental a bem da saúde.
“Aquilo que se está a pretender combater, ou mitigar, é um conjunto de hábitos alimentares desadequados que nós sabemos hoje que estão indissociavelmente ligados a pior saúde, designadamente mais tarde a obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares. Isso hoje em dia é indiscutível”, assevera.
As novas regras para as cantinas escolares foram estabelecidas num despacho do Ministério da Educação, elaborado em conjunto com a Direção-geral da Saúde e publicado em agosto deste ano.