A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) está satisfeita com as propostas apresentadas pelo Governo esta quinta-feira, para a reabilitação económica e social.
Em comentários à Renascença, António Saraiva diz que o plano é positivo: “Considero positivo. Vem ao encontro de um conjunto de propostas que a CIP tem apresentado ao Governo nestes últimos meses nos contactos bilaterais que temos tido com o ministro da Economia e mesmo com o primeiro-ministro.”
“Apresentámos duas propostas que concretizámos e que o Governo vem agora dar resposta pela positiva, na extensão das linhas de crédito, os seguros de crédito, o reforço de algumas tipologias de apoio a micro-realidades empresariais. São globalmente positivas as medidas”, afirma.
Mesmo o ponto positivo é, segundo António Saraiva, compensado pelo resto.
“Do lado negativo o facto de desaparecer a figura da suspensão dos contratos de trabalho na modulação do lay-off simplificado. Mas não deixo de reconhecer que foi estendido o seu prazo até julho, e não junho, e que traz alguns compensadores por isso não sendo uma questão de somenos importância é largamente compensada pelas medidas que o Governo nos anunciou e que consideramos positivas.”
PSD crítico
Menos entusiasmado, Joaquim Miranda Sarmento, presidente do Conselho Estratégico Nacional do PSD, compara negativamente este plano com o que apresentou há cerca de 24 horas.
“Creio que há três diferenças essenciais. A primeira é que o nosso programa é pensado para os próximos dois anos, já a pensar na retoma de 2021 e 2022 e o programa do Governo é um programa para os próximos dois meses.”
“A segunda diferença”, diz, “é que o nosso programa tem um objetivo estratégico que se decompõe em objetivos operacionais, que por sua vez se decompõem em ações, medidas e programas. O programa do Governo é uma lista de medidas sem qualquer fio condutor.”
Por fim, acrescenta, “a terceira diferença é que o nosso programa está focado na economia e nas empresas, e no investimento privado, e o programa do Governo está quase todo virado para o Estado e para a defesa pública.”
O programa de estabilização económica e social do Governo tem como objetivo fazer face à crise provocada pelo período de confinamento, devido à pandemia de Covid-19.