O Presidente norte-americano Joe Biden reiterou esta terça-feira o apelo urgente para que o Congresso adote um orçamento de dezenas de milhares de milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia, bloqueado pela oposição republicana.
"O Congresso deve adotar este financiamento" para a Ucrânia "e deve fazê-lo agora, agora", frisou o chefe de Estado norte-americano aos jornalistas, ao receber o primeiro-ministro checo, Petr Fiala, na Casa Branca.
Um pacote de 60 mil milhões de dólares (56,4 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) para Kyiv, solicitado pelo Presidente democrata, está bloqueado há meses no Congresso, tal como outro envelope de apoio a Israel.
"Como a República Checa sabe muito bem, a Rússia não se limitará à Ucrânia e o impacto na NATO seria significativo", lembrou Biden.
O Presidente russo Vladimir Putin "não irá parar, colocando em perigo a Europa, os Estados Unidos e o mundo inteiro, se não o travarmos na Ucrânia", acrescentou.
Biden também saudou a iniciativa checa de agrupar compras de munições de artilharia fora da União Europeia (UE) para apoiar a Ucrânia.
A República Checa tem vindo a mobilizar-se há vários meses para convencer outros países a financiar um fundo destinado à compra de munições que a UE não consegue produzir em quantidades suficientes.
"Em 1968, vi tanques russos nas ruas da minha cidade e nunca mais quero ver isso", salientou Fiala, referindo-se à Primavera de Praga e apelando à continuação do apoio à Ucrânia.
Sobre a ajuda norte-americana, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, indicou no domingo que pretendia apresentar um projeto de lei orçamental para Israel, após o ataque em massa de mísseis e 'drones' aos iranianos no fim de semana, mas sem dizer o que faria sobre a Ucrânia.
A Casa Branca rejeitou a hipótese.
"Não aceitaremos um único texto [apenas sobre Israel]. Isto não ajudará nem Israel nem a Ucrânia. Isto apenas atrasaria a ajuda que é necessária", destacou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
O principal apoiante militar da Ucrânia, destacado dos restantes, os Estados Unidos não enviam um grande pacote de ajuda a Kyiv desde dezembro de 2022.
Sem estes fundos, "a Ucrânia perderá a guerra", tem alertado recentemente o Presidente Volodymyr Zelensky.
Moscovo lançou uma ofensiva contra a Ucrânia em 24 de fevereiro de 22, que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.