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A Rússia rejeita que tenha sido responsável pela morte de centenas de civis na zona de Kiev. Um comunicado do Ministério da Defesa russo " nega as acusações do regime de Kiev da suposta morte de civis na cidade de Bucha, região de Kiev".
"Todas as fotos e vídeos publicados pelo regime de Kiev supostamente atestando 'crimes' cometidos por militares russos na cidade de Bucha, na região de Kiev, são mais uma provocação”, denuncia o comunicado.
Os corpos de 410 civis foram encontrados em territórios da região de Kiev recentemente recuperados pelas forças ucranianas, anunciou este domingo a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova.
"Os peritos forenses já examinaram 140 deles", acrescentou a procuradora-geral durante uma emissão em vários canais de televisão ucranianos.
Em Bucha, cidade localizada a cerca de 30 quilómetros de Kiev, recentemente recuperada pelas forças ucranianas, dezenas de cadáveres foram encontrados nas ruas e enterrados em valas comuns.
Os russos garantem que durante o tempo em que esta localidade estava sob o controlo das suas forças armadas, nenhum residente foi vítima de qualquer ação violenta. E acrescentam ainda que os militares russos entregaram e distribuíram 452 toneladas de ajuda humanitária aos civis em Kiev.
Na mesma missiva, a Rússia adianta que durante todo o tempo em que a cidade esteve sob o controlo das forças armadas russas “os moradores de Bucha puderam circular livremente pela cidade e usar a rede de telemóveis”.
O Ministério da Defesa russo sublinha ainda que as saídas de Bucha não foram bloqueadas. “Todos os residentes puderam deixar livremente a cidade em direção ao norte, inclusive para a República da Bielorrússia. Ao mesmo tempo, a periferia sul da cidade, incluindo áreas residenciais, estava a ser bombardeada por tropas ucranianas 24 horas por dia com artilharia pesada, tanques e vários lançadores de mísseis”, escreve.
A Rússia diz que retirou “todas as unidades Bucha já em 30 de março, um dia após a ronda de conversações presenciais entre a Rússia e a Ucrânia na Turquia”.
No comunicado, a Rússia diz ainda que a 31 de março, o presidente da Câmara de Bucha, Anatoly Fedoruk, confirmou num vídeo que não havia militares russos na cidade. E acrescentam que nessas imagens, o autarca não mencionou qualquer morador baleado nas ruas com as mãos amarradas.
“Portanto, não é de surpreender que todas as chamadas 'provas de crimes' em Bucha não tenham aparecido até o quarto dia, quando oficiais dos serviços de segurança e representantes da televisão ucraniana chegaram à cidade”, concluem.
Os russos detalham ainda aquilo que consideram ser encenações. “De particular preocupação é o facto de que todos os corpos das pessoas cujas imagens foram publicadas pelo regime de Kiev, após pelo menos quatro dias, não apresentam ‘rigor mortis’ ou manchas de cadáver características, e as feridas contêm sangue não coagulado”, argumentam.
E concluem afirmando que “tudo isto confirma irrefutavelmente que as fotos e os vídeos de Bucha são mais uma peça de teatro do regime de Kiev encenada para a media ocidentais, como também aconteceu em Mariupol com a maternidade, assim como em outras cidades".