O país continua no vermelho, com temperaturas particularmente elevadas. Em Évora, por exemplo, o mercúrio atingiu nos últimos dias os 41 graus, às 17h00.
Como explica à Renascença o professor Rui Salgado, investigador da Universidade de Évora para a meteorologia dos fogos, não se trata da onda de calor mais longa na cidade, nem foi batida ainda, este ano, a temperatura mais elevada.
No entanto, nunca antes existiu uma sequência tão longa de dias com temperaturas acima de 40 graus, em Évora, segundo Rui Salgado. “É inédito”, reforça.
“Já vamos sete dias acima dos 40 graus e nos nossos registos da Universidade não temos nenhum período de sete dias sucessivos com temperaturas superiores a 40 graus e é muito provável, segundo as previsões meteorológicas, que tenhamos mais outros três dias acima dos 40 graus”, explica o investigador.
Rui Salgado considera que um período tão longo de altas temperaturas está, sem dúvida, relacionado com as alterações climáticas.
“Uma sequência de dias acima dos 40 graus é muito mais provável agora do que no século passado. Obviamente que uma situação destas poderia ter ocorrido também anteriormente, mas não temos hoje nenhuma dúvida que este tipo de fenómenos vão ocorrer com muito mais frequência agora e no futuro do que acontecia no passado”, afirma o investigador da Universidade de Évora para a meteorologia dos fogos.