Uma equipa de cientistas a trabalhar no norte da China anunciou este fim de semana a descoberta de mais de 4.300 pegadas de dinossauros, o número mais elevado a ser descoberto no país.
Descobertas com recurso a um drone em Zhangjiakou, na província de Hebei, as pegadas cobrem uma área de cerca de nove mil metros quadrados e terão cerca de 15 milhões de anos, pertencendo a espécimens que existiram entre o período Jurássico e o Cretáceo.
Os fósseis foram avistados pela primeira vez em abril de 2020, chamando a atenção pela forma como as pegadas se encontram concentradas de forma densa numa só área. Para além das pegadas, os cientistas conseguiram já distinguir marcas de garras.
"O processo de preservação dos fósseis é muito exigente", diz Li Jianjun, investigador do Museu de História Natural de Pequim, em entrevista ao canal estatal CGTN. "Estes extraordinários fósseis de dinossauro que descobrimos atravessaram muitas dificuldades, pelo que são muito raros e preciosos."
Sabe-se já que o conjunto de pegadas pertence a quatro espécies diferentes de dinossauros, entre herbívoros e carnívoros, embora não tenham ainda sido anunciadas quais.
Os cientistas dizem acreditar que um dos fósseis pode pertencer a uma espécie nunca antes descoberta ou estudada e avançam como hipótese para esta grande concentração de pegadas o facto de aquela ser uma zona atrativa que, à data, estaria cheia de água e árvores.
As restantes pegadas pertencem a herbívoros com mais de 15 metros de comprimento e carnívoros um pouco mais pequenos, medindo cerca de quatro a cinco metros de comprimento.
"Esta camada rochosa formou-se entre os períodos jurássico e cretáceo e, na altura, foi possível preservar as pegadas nesta enorme camada", explica Xing Lida, paleontólogo da Universidade de Geociências de Pequim, ao mesmo canal de televisão. "Esta é a maior camada rochosa [com pegadas de dinossauros] de que temos conhecimento atualmente na China."
As pegadas de dinossauros são valiosas para entender as vidas destas criaturas pré-históricas.
No início do mês, um estudo abrangente com base em escavações na região de Xinjiang sugeriu que os dinossauros que ali existiram no final do período Triássico, há cerca de 200 milhões de anos, sobreviveram à extinção em massa que eliminou cerca de 75% destes animais porque estavam cobertos com uma espécie de penas que ajudaram a protegê-los dos invernos vulcânicos.