Desde as 9h00 horas portuguesas que estão abertas as urnas em Espanha. Há quase 37 milhões e meio de eleitores recenseados, que se vão distribuir pelos mais de dois mil colégios eleitorais espalhados por todo o país.
Quem já votou esta manhã em Madrid, foi Pedro Sánchez. O atual presidente do Governo está expectante e em declarações aos jornalistas afirmou depositar a confiança nas escolhas dos espanhóis e apelou à participação.
Esta é a primeira vez que se realizam legislativas em Espanha nesta altura do ano, depois de Pedro Sánchez ter antecipado a ida às urnas.
“Esta data é incompreensível. É uma autêntica vergonha que se manipule assim as pessoas”, desabafou Miguel Angel, um eleitor espanhol, em declarações à Renascença.
À porta do ministério da Educação espanhol, e já depois de ter exercido o direito ao voto, este eleitor considera que a abstenção “vai aumentar claramente” e que a campanha foi “muito pobre”.
O ambiente às 9h00 era tranquilo junto a este colégio eleitoral, com a presença de vários meios de comunicação social e um forte dispositivo policial. Há membros da Guarda Civil espanhola à porta e têm metralhadoras a tiracolo. O país já sofreu vários ataques terroristas, o que explica o cuidado redobrado das autoridades espanholas.
O que dizem os jornais espanhóis?
A primeira capa do El Mundo fala num país que vai escolher entre Sánchez e os seus parceiros ou uma mudança política.
Estas são as XVI eleições gerais em Espanha desde o fim da ditadura, em 1977, e estão chamados a votar 37.469.142 eleitores, para escolherem 350 deputados e 208 senadores.
As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas por Sánchez na sequência da derrota da esquerda nas municipais e regionais de 28 de maio.
Há dezenas de listas candidatas, muitas de partidos de âmbito regional e local, num espelho da diversidade de Espanha, mas só quatro partidos apresentaram listas de âmbito nacional e têm pretensão de chegar ao Governo: Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Partido Popular (PP, direita), Somar (extrema-esquerda) e VOX (extrema-direita).
O Governo atual é uma coligação do PSOE com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos, constituída por partidos que agora se juntaram a uma nova 'marca', o Somar, que integra 15 formações e é considerada a maior aliança de esquerda que já houve em Espanha.