Cerca de 50 polícias realizaram esta segunda-feira uma vigília junto ao Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, em Moscavide, contra a proposta apresentada pelo Governo para o subsídio de risco.
A vigília vai realizar-se diariamente, entre as 16h30 e as 18h30, junto Cometlis até ao dia 20 de julho e, partir de terça-feira, vai acontecer uma iniciativa idêntica e à mesma hora em frente ao Comando Metropolitano do Porto (Cometpor) da Polícia de Segurança Pública.
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, disse à agência Lusa, que a vigília começou na semana passada em Braga, onde um grupo de polícias decidiu protestar para exigir “um subsídio de risco digno e justo”, tendo depois se juntado elementos da PSP de outros comandos.
Paulo Santos esclareceu que a vigília é “independente dos sindicatos” e surgiu de um grupo de polícias, tendo a ASPP apoiado o protesto e marcado presença com dirigentes sindicais.
O presidente da ASPP disse que outros comandos do país também vão aderir às vigílias, que vão acontecer até dia 20 de julho, véspera da reunião com o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, para apresentação de uma contraproposta dos sindicatos sobre o subsídio de risco.
Paulo Santos afirmou ainda que a ASPP vai estar em todas as ações de luta para contestar a proposta do Governo, participando também, na próxima quinta-feira, na concentração junto ao local da reunião do Conselho de Ministros, protesto marcado pela plataforma constituída por 13 sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR, da qual a ASPP não faz parte.
O Ministério da Administração Interna apresentou às estruturas da PSP e da GNR um novo suplemento por serviço de risco nas forças de segurança, que substituirá o atual suplemento por serviço nas forças de segurança, e contempla a majoração do valor consoante as funções desempenhadas pelos polícias.
De acordo com o MAI, a proposta para a componente fixa do suplemento por serviço nas forças de Segurança (atualmente de 31 euros) prevê 100 euros por mês para os elementos em funções de ronda e patrulha, 90 euros para quem têm funções de comando e 80 euros para os restantes operacionais da PSP e GNR, significando, na prática, um aumento de 68, 59 e 48 respetivamente.
Além da concentração junto ao local do Conselho de Ministros, a plataforma constituída por 13 sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR tem também marcada para o fim da tarde de quinta-feira uma outra ação de protesto junto ao MAI para exigir um subsídio de risco no valor de 430,39 euros.
A Associação dos Profissionais da Guarda, que também não faz parte da plataforma, e a ASPP já anunciaram a realização de uma manifestação em frente ao MAI no dia 21 de julho e avançaram que vão apresentar ao Governo uma contraproposta que prevê o pagamento faseado do subsídio de risco até 2024,
Entretanto, o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna já garantiu a disponibilidade do Governo para atribuir aos polícias um subsídio de risco com valor de "alguma dignidade”, mas num quadro “realista”.