A pandemia ainda não acabou mas a Rede Europeia Anti-Pobreza já tirou lições deste tempo. Lançou um inquérito às instituições que trabalham na área para saber que dificuldades enfrentaram e uma das primeiras conclusões a que chegaram é que tinham limitações.
Jardim Moreira, presidente desta rede, explica que a necessidade obrigou a que as instituições “tivessem aberto um pouco mais a porta e ter sentido necessidade de trabalhar mais em rede”, pois “sentiram a sua limitação de recursos humanos”.
O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza explica que os recursos humanos das instituições sociais trabalharam em “esforço”, com “maior exigência” que resultou, depois, em “stress, burnout, desânimo, medo”.
Contratar mais pessoas foi difícil não só porque não abundam profissionais com experiência e também porque as remunerações são pouco atrativas.
Assim, defende uma revisão dos “protocolos com a Segurança Social para poder aumentar as verbas, para poder pagar minimamente aos técnicos, aos recursos humanos, senão não temos recursos humanos capazes de oferecer respostas às pessoas.”
Além das questões relacionadas com os recursos humanos foram identificadas necessidades também a nível informático.
“Era necessário que as instituições se preparem e se equipem com maior capacidade de computadores, recursos de informática e capacitação técnica suficiente para usar essa tecnologia”, explica.
O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza diz que, com mais ou menos dificuldades, os problemas foram sendo ultrapassados, mas muitos ainda persistem.
“[Tivemos de dar] apoio às famílias que se viram no desemprego, dar apoio alimentar a essas famílias, dos idosos e até das crianças e apoio psicológico, porque muitas pessoas começaram a ficar desorientadas. Houve aqui grandes dramas que muitos deles não estão resolvidos”, descreve.
Como lição para o futuro, Jardim Moreira aconselha uma aproximação do setor público e privado que, diz, ainda agem de costas voltadas.
O presidente da rede diz que “muitas vezes as instituições públicas acham que o privado é desonesto e este espírito negativo não ajuda nada”, remata.
Respostas Sociais à Pandemia é uma rubrica da Renascença com apoio da Câmara Municipal de Gaia que surge no seguimento da Conferência "Pandemia: Respostas à Crise" onde se debateu em maio de 2021 o papel das Instituições Sociais e do Poder Local.