Os Estados Unidos anunciaram o envio de mais mil militares para o Médio Oriente, na sequência do aumento de tensões entre Washington e Teerão.
A retórica entre os dois países tem subido de tom ao longo dos últimos meses, mas na semana passada dois petroleiros foram atingidos, alegadamente por minas, no Golfo Pérsico. Os Estados Unidos culpam o Irão, que nega a autoria dos ataques.
Os mil militares enviados para o Médio Oriente juntam-se a outros 1.500 enviados no mês passado para reforçar o contingente americano na zona. Os Estados Unidos mantêm uma presença militar importante no Iraque, bem como bases em vários outros países árabes.
Segundo o analista Jonathan Marcus, da BBC, o novo envio de militares justifica-se sobretudo como um ato de prudência, uma vez que um eventual conflito entre Washington e Teerão provavelmente não será terrestre, mas sobretudo aéreo e naval. Contudo, o Irão apoia e controla indiretamente várias milícias xiitas em países árabes, incluindo no Iraque, que poderão atacar alvos americanos naqueles países. Durante a noite de segunda para terça-feira três projéteis atingiram uma base americana no Iraque, sem causar qualquer vítima.
Na base das tensões entre Washington e Teerão está o programa nuclear iraniano, que o Irão insiste ter apenas objetivos pacíficos. Em 2015 alcançou-se um acordo segundo o qual o Governo permitia a entrada a observadores internacionais, em troca do levantamento de sanções impostas ao país, mas Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo em 2018, alegando que este não estava a impedir o Irão de montar um arsenal nuclear. Trump tem sido apoiado nesta questão por Israel e pela Arábia Saudita, dois dos maiores rivais do Irão no Médio Oriente.