Miguel Albuquerque garante, em entrevista à Renascença, que não fará coligações com o Chega e avisa que se demite se não alcançar a maioria absoluta nas eleições regionais na Madeira, de dia 24 deste mês.
“Se não alcançar a maioria absoluta e não conseguir formar governo demito-me, não tenho nenhum problema, não vou engolir sapos, nem vou fazer coligações com partidos anti-autonomistas”, garante o presidente do governo regional e recandidato do PSD.
Miguel Albuquerque diz que o caminho serão novas eleições na Madeira, porque não está disponível para entendimentos com o Chega, como aconteceu nos Açores, por exemplo.
“Se não ganhar as eleições, demito-me. A clareza é essencial para as pessoas perceberem. Não vou fazer entendimentos, portanto, ou votam nesta maioria e querem que se prossiga o caminho que temos seguido ou não votam nesta maioria. Se não votarem nesta maioria, vou-me embora”, sublinha o presidente do governo regional da Madeira.
Nesta entrevista à Renascença, o dirigente social-democrata garante que abandona a liderança do PSD/Madeira e não se recandidata se não ganhar as eleições
“Se não ganhar as eleições não tenho condições para continuar à frente do partido, como é óbvio. A política tem que ser assumida com sentido de risco. Esta coisa de andar a jogar para ficar tudo na mesma, não dá comigo. Estou aqui para fazer um trabalho de reforma, de reestruturação, de mudança, de alteração, portanto, é seguir este caminho.”
Miguel Albuquerque não teme o Chega, mas afasta um entendimento com partido de André Ventura, que considera ser anti-autonómico.
“O nosso eleitorado não se identifica com o Chega. O Chega tem um programa que é insuscetível de entendimento connosco, porque normalmente estes partidos da matriz do Chega são partidos que têm uma índole centralista. Isso aconteceu com o Vox em Espanha. Uma das propostas do Vox em Espanha foi a extinção das autonomias. O mesmo se passa com a Frente Nacional em França, que também propõe uma redução da autonomia da Córsega. Portanto, nós não temos qualquer plataforma de entendimento possível com o Chega. O nosso eleitorado não se identifica com o Chega”, conclui Miguel Albuquerque.