A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, nega que haja alguma ocultação de vítimas no caso da tragédia de Pedrógão Grande.
"Não existe nenhuma lista secreta. Todas as pessoas foram identificadas pelo Instituto de Medicina Legal, todas as que faleceram na consequência directa desse incêndio", afirmou a ministra, esta segunda-feira, em Lisboa.
Constança Urbano de Sousa adiantou que a lista das vítimas do incêndio que deflagrou a 17 de Junho "consta de um processo judicial", que o Ministério Público classificou como segredo de justiça.
"Não é o Governo que constrói a estatística"
O primeiro-ministro, António Costa, apelou a que quem tenha conhecimento de um maior número de vítimas, o comunique de imediato à Polícia Judiciária e ao Ministério Público.
António Costa sublinhou que "não é o Governo que constrói a estatística", indicando que são as "autoridades técnicas" a fornecer os números.
O primeiro-ministro falava aos jornalistas no final da inauguração do novo centro de contacto do Serviço Nacional de Saúde, tendo sido questionado sobre notícias dos últimos dias que dão conta de mais vítimas mortais do incêndio de Pedrógão Grande, Leiria, além das 64 assumidas oficialmente.
"Se alguém tem conhecimento de um maior número de vítimas deve, obviamente, comunicar imediatamente esse facto à Polícia Judiciária e ao Ministério Público", afirmou.
António Costa acrescentou que a informação de que dispõe é que todas as aldeias foram vistas, casa a casa, pelas autoridades.
"A dimensão desta estratégia não era menor se tivesse sido metade o número de pessoas que faleceram", disse.