O presidente do BCP disse hoje que o banco trabalha praticamente um trimestre para o fundo de resolução e voltou a afirmar que é necessário alterar o modelo de financiamento do fundo responsável por resgatar bancos em dificuldades.
Questionado em conferência de imprensa sobre se tem havido desenvolvimentos nas conversas com autoridades (Governo, Banco de Portugal) sobre a proposta do BCP de alterar o modo de financiamento do Fundo de Resolução, Miguel Maya voltou a dizer que o atual "modelo não é sustentável" e que, sem questionar a solução possível aquando da venda à Lone Star, é tempo de fazer alterações.
"A decisão da repartição dos custos não é aceitável e é profundamente injusta sobretudo para o BCP. Andamos praticamente a trabalhar um trimestre por ano só para pagar ao Fundo de Resolução nacional quando temos de investir em tecnologia, remunerar melhor as pessoas", afirmou.
Assim, disse, este modelo "tarde ou cedo tem de ser mudado" para uma "repartição mais equitativa" das contribuições para o Fundo de Resolução por todos os operadores que atuam em Portugal.
Desde 2019 que o presidente do BCP, Miguel Maya, defende publicamente que as sucursais de instituições financeiras em Portugal também paguem para o Fundo de Resolução, considerando que há uma grande desvantagem competitiva para os bancos portugueses.
Segundo o relatório e contas de 2020, o ano passado o BCP contribuiu com 15 milhões de euros para o Fundo de Resolução nacional e 19 milhões de euros para o Fundo Europeu de Resolução.