Paulo Rangel acusa António Costa de dar “uma machadada” no Estado de Direito na sua visita à Hungria, onde o Governo local é acusado de atropelo a direitos considerados fundamentais da União Europeia. O social-democrata falava esta quarta-feira no programa "Casa Comum" da Renascença.
Depois de se encontrar com o seu homólogo Viktor Orbán no quadro das negociações sobre o fundo de recuperação europeia, o primeiro-ministro declarou que a questão dos valores não deve ser tratada em conversações sobre dinheiro.
O social-democrata Paulo Rangel diz que a declaração de António Costa foi demasiado desvalorizada pela imprensa portuguesa.
“Eu no PPE e o PSD pedimos a saída de Viktor Orbán. Fizemos milhares de coisas e ninguém diz nada. Toda a gente nos critica por estarmos com Orbán. Já o primeiro-ministro tira fotografias e faz reuniões com Orban. Está sempre a falar do artigo 7.º da União Europeia e nunca o ativou."
"A imprensa português está calada! Isto é um duplo padrão!”, contesta Rangel, irritado com a cobertura mediática da comunicação social nacional.
O social-democrata não tem dúvidas que António Costa “deu uma machadada na lógica do Estado de Direito”, sublinhando que “muita gente” no Parlamento Europeu defende que este acordo financeiro deve estar ligado às questões do Estado de Direito.
O Governo de Viktor Orbán tem sido acusado de diversos atropelos ao Estado de Direito e aos valores fundamentais da União Europeia, numa possível violação do artigo 7.º do Tratado da União Europeia.
Paulo Rangel falava no programa "Casa Comum" da Renascença, em debate com Francisco Assis numa parceria com a EURANET, Rede Europeia de Rádios.
Esta semana os comentadores da Renascença debateram os processos BES e EDP, o debate interno no PS a propósito das presidenciais e da sucessão de António Costa e as negociações europeias em antevisão do Conselho Europeu.