O porta-voz do Ministério das Negócios Estrangeiros do Qatar anunciou, esta terça-feira, que Israel e o Hamas chegaram a um acordo para enviar medicamentos a reféns israelitas em Gaza, avança o jornal Times of Israel.
O acordo, que teve mediação do Qatar em colaboração com França, permitirá a entrega de medicamentos e outra ajuda humanitária a civis nas “áreas mais afetadas e vulneráveis” da Faixa de Gaza.
O porta-voz do ministério do Qatar, Majed al-Ansari, disse que os medicamentos e a ajuda devem sair de Doha na quarta-feira, para o Egito, antes de serem transportados para o enclave palestiniano.
A declaração do Qatar acrescenta que os esforços de mediação de Doha entre Israel e o Hamas continuarão “no quadro dos esforços do Qatar para pôr fim à guerra em Gaza”.
O gabinete do presidente francês, Emmanuel Macron, revelou, esta terça-feira, que deu a ordem ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para elaborar uma lista de medicamentos para 45 reféns, fazer a compra e enviar para o Qatar.
Se for bem sucedido, este será o segundo acordo entre as forças israelitas e o Hamas mediado pelo Qatar.
A trégua de 24 a 30 de novembro foi mediada pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, e incluiu a libertação de 105 reféns detidos pelo Hamas em troca de 240 prisioneiros palestinianos e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Médicos Sem Fronteiras preocupados com falta de cuidados de saúde em Gaza
A Organização Médicos Sem Fronteiras diz que há cada vez menos lugares seguros na Faixa de Gaza para prestar cuidados de saúde.
João Antunes, diretor-geral da Médicos sem Fronteiras Portugal, fala à Renascença numa situação crítica no enclave palestiniano.
"Neste momento trabalhamos com cerca de três hospitais e um centro de saúde, com enormes dificuldades a nível de materiais médicos, combustíveis, etc", disse.
A organização médico-humanitária tem cerca de 300 profissionais na região, mas apenas consegue funcionar numa "zona restrita no sul, junto à fronteira com Rafah".
João Antunes indica ainda que as constantes ordens de evacuação e os ataques a instalações de saúde têm obrigado organizações como a Médicos sem Fronteiras a retirar de hospitais, o que complica ainda mais a prestação de cuidados.
[Notícia atualizada às 22h28 com declarações à Renascença de João Antunes]