Germano de Sousa. "Não sei se a solução do autoteste para ir ao futebol é ideal"
03-12-2021 - 13:56
 • Joana Gonçalves

De acordo com o administrador e fundador do grupo de laboratórios Germano de Sousa, a taxa de positividade de um teste antigénio é quatro vezes menor face à de um PCR.

Na semana em que Portugal atingiu um novo recorde diário de testes de diagnóstico à Covid-19, o médico Germano de Sousa, administrador e fundador do grupo de laboratórios a que dá nome, deixa um alerta quanto à utilização de testes antigénio e autotestes, para acesso a eventos com grande lotação.

“O PCR, que é o teste «standard», tem um número de positivos muitíssimo maior do que aqueles que apanho num teste antigénio. Enquanto nos PCR a taxa de positividade ronda os 8%, nos antigénio é de 1,5% a 2%”, revela o médico patologista.

Para Germano de Sousa, o recurso a testes rápidos de antigénio (TRAg) e autotestes não é, por isso, a melhor solução para o acesso ao dérbi desta sexta-feira, entre Benfica e Sporting, no estádio da Luz.

“O teste antigénio só é útil em pessoas com alguns sintomas, quando queremos diferenciar uma infeção respiratória que queremos perceber se é devida ou não ao vírus SARS-CoV-2. Eu não sei se essa solução do autoteste para ir ao futebol é ideal”, defende o administrador, que garante que estaria bem mais descansado se a lotação do jogo tivesse sido reduzida para metade.

“Em alternativa, o estádio não deveria carregar com tanta gente. Cadeira sim, cadeira não. Pelo menos, metade das pessoas, de modo a que cada um tenha um espaço entre a pessoa mais próxima”, alerta.

Para assitir ao jogo desta noite será exigido teste laboratorial PCR com resultado negativo, realizado nas 72 horas anteriores, teste antigénio com resultado negativo, realizado nas últimas 48 horas, ou autoteste, realizado nas últimas 24 horas, desde que certificado devidamente por entidade competente conforme as normas em vigor.

A rede de laboratórios, dirigida pelo antigo bastonário da Ordem dos Médicos, registou na última semana um aumento exponencial do número de testes de diagnóstico à Covid-19 e apresenta, agora, uma média diária de 6 mil testes PCR.

Germano de Sousa garante que tem capacidade para dar resposta à procura, sem comprometer os tempos de espera. “Em fevereiro do ano passado chegamos aos 15 mil testes PCR por dia. Ainda não chegamos aí. Criei condições para que não haja grande tempo de espera”.

Encontro na Luz, a contar para a 13.ª jornada do campeonato, está marcado para as 21h15 desta sexta-feira. Relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.