Os países da NATO estão disponíveis para convidar a Ucrânia a aderir, mas só quando "as condições estiverem reunidas" e disponibilizam-se a apoiar todas as reformas necessárias.
De acordo com as conclusões da Cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que começou esta terça-feira em Vilnius, na Lituânia, e termina na quarta-feira, os 31 Estados-membros apoiam "plenamente o direito da Ucrânia de escolher os seus próprios mecanismos de segurança"
Reafirmando o compromisso assumido em 2008, durante a cimeira de Bucareste (Roménia), a NATO reconhece "que o caminho da Ucrânia para a plena integração euro-atlântica ultrapassou a necessidade do Plano de Ação para a Adesão", já que o país está "cada vez mais interoperável e politicamente integrado" na Aliança Atlântica e "tem feito progressos substanciais no seu percurso de reforma".
Apesar da prudência, a NATO pela primeira vez introduziu a palavra "convite" para referir a adesão: "Estaremos em posição de estender um convite à Ucrânia para aderir à Aliança quando os Aliados estiverem de acordo e as condições estiverem reunidas".
"Os Aliados continuarão a apoiar e a analisar os progressos da Ucrânia em matéria de interoperabilidade, bem como as reformas adicionais necessárias no campo democrático e no da segurança. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO avaliarão regularmente os progressos realizados através do Programa Nacional Anual adaptado", acrescenta o comunicado no ponto 11 de 90 de um documento com quase 40 páginas.
Os aliados apenas apontaram para uma "adesão futura", sem o "calendário" que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tinha exigido.
Os Estados-membros da NATO também demonstraram preocupação com o "aprofundamento da integração militar da Bielorrússia", incluindo o posicionamento de "capacidades militares avançadas e pessoal militar" russo no território bielorrusso.
"Isto tem implicações para a estabilidade regional e para a defesa da Aliança. A NATO vai permanecer vigilante e monitorizar os desenvolvimentos de perto, em particular o destacamento das 'empresas militares privadas' [Grupo Wagner] na Bielorrússia", acrescentaram.
Em simultâneo, a Aliança Atlântica condenou a "modernização das forças nucleares da Rússia".
Considerou ainda que "é inaceitável que Rússia esteja a utilizar sistemas de capacidade dupla para atacar civis e infraestruturas civis críticas na Ucrânia".
"Condenamos a intenção anunciada pela Rússia de enviar armas nucleares e sistemas nucleares para a Bielorrússia", referiram os 31 da NATO, na sequência de anúncios feitos nas últimas semanas que apontam para a mobilização de uma parte do arsenal nuclear russo para o território controlado por Minsk.