O PCP contestou esta manhã a privatização da TAP e defendeu que é “preciso tirar consequências”, na sequência dos dados já apurados na comissão de inquérito à TAP. Contudo, o deputado defendeu a necessidade de mudanças de práticas e de políticas.
Numa altura em que as audições da comissão de inquérito entram na fase final de antigos e atuais governantes, o deputado do PCP Bruno Dias, fez um balanço dos trabalhos da comissão de inquérito que entra agora numa etapa de audições de antigos governantes com a tutela da companhia e acusa o PS e a direita de estarem a cometer um crime económico ao privatizar a TAP.
“É preciso tirar consequências, mas não estamos a falar de demissões. Estamos a falar de mudar as práticas e as políticas. A coincidência desta CPI com a abertura, pelo Governo do processo de privatização da TAP, junta objetivamente o PS com a direita, num crime económico que precisa e pode ser evitado”, afirma.
“O país não precisa de entregar mais uma empresa estratégica nas mãos do capital estrangeiro. O país precisa de dar condições à TAP para que esta faça o que tem de fazer. Estamos a falar de gerir as empresas públicas como estas devem ser geridas - acabando com a importação dos piores tiques da gestão privada, incluindo as remunerações milionárias dos seus administradores”.
O deputado comunista que integra a comissão de inquérito à TAP acusa ainda o Governo de se preparar para vender a TAP a preço de saldo.
“Os trabalhos da CPI também já permitiram conhecer melhor muito do que esteve escondido do povo português sobre o processo de reestruturação que foi imposto pela EU e governo PS como antecâmera da privatização. Já o tínhamos dito e, hoje, sabemos que assim é: a TAP está a ser sobrecapitalizada para permitir que o futuro comprador privado a possa adquirir a preço de saldo”.
Sobre a reestruturação da empresa, Bruno Dias usou a expressão do antigo chairman Manuel Beja, afirmando que “o ataque aos trabalhadores foi até ao osso”.
"Por fim, os trabalhos da comissão de inquérito também já mostraram que um dos problemas da TAP é ter sido gerida, mesmo quando era uma empresa pública, como se fosse uma empresa privada", afirma, defendendo ainda a necessidade de “repor o que foi cortado” aos trabalhadores da TAP - os “verdadeiros salvadores da empresa”.