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Portugal vai apresentar queixa em Bruxelas contra Espanha. Madrid mantém a intenção de construir um armazém de resíduos nucleares junto à fronteira.
“No que diz respeito à avaliação de impactos transfronteiriços, não estamos de acordo e não conseguimos ter um merecimento nesta opinião por parte do Governo de Espanha”, pelo que “Portugal vai solicitar a intervenção de Bruxelas neste caso”, anunciou o ministro João Matos Fernandes no final da reunião.
Esta quarta-feira, o ministro português do Ambiente deslocou-se à capital espanhola para conversar com o governo de Espanha, mas não foi possível um acordo.
Aos jornalistas explicou que “a Comissão Europeia é a última guardiã da directiva e, havendo aqui um diferendo entre dois países vizinhos e amigos, esse diferendo tem de ser resolvido por quem tem competência jurídica para o poder resolver”.
João Matos Fernandes adiantou que o caso deverá ser apresentado a Bruxelas já na segunda-feira, dia 16.
Activistas manifestam-se no início da reunião
Duas dezenas de activistas do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) manifestaram-se esta quarta-feira em Madrid contra a construção de um aterro nuclear na central de Almaraz, frente ao edifício em que os ministros português e espanhola do Ambiente estiveram reunidos.
"Estamos contra a construção do aterro nuclear e contra o prolongamento do funcionamento de Almaraz”, disse o coordenador do MIA.
A reunião começou às 11h30 (menos uma hora em Lisboa). João Matos Fernandes encontrou-se com a sua homóloga espanhola, Isabel García Tejerina, e com o ministro da Energia, Álvaro Nadal, nas instalações do ministério do Ambiente na capital espanhola.
O Governo português defende que no projecto de um aterro de resíduos junto à central nuclear de Almaraz "não foram avaliados os impactos transfronteiriços", o que está contra as regras europeias.