A organização não-governamental Portas Abertas alerta que há mais de 365 milhões de cristãos perseguidos - 1 em cada 7 - em todo o mundo. Trata-se do número mais elevado dos últimos 31 anos.
De acordo com a Lista Mundial da Perseguição 2024, referente ao período de outubro de 2022 a setembro de 2023, a Coreia do Norte mantém-se no primeiro lugar, seguida da Somália e da Líbia.
“Em 31 anos de pesquisa registamos um aumento constante na perseguição anticristã em termos absolutos. 2023 foi um ano recorde”, afirmou o diretor da Portas Abertas, Cristian Nani.
Segundo o portal de notícias do Vaticano, os atos hostis incluem agressões, tortura, sequestros e em casos extremos, assassinatos. Mas não se trata apenas de violência física: há também maus-tratos e pressões diárias no local de trabalho, no acesso aos cuidados de saúde, à educação e aos locais de culto, e uma burocracia muitas vezes debilitante.
Os números mostram que na Ásia, dois em cada cinco cristãos sofrem elevados níveis de perseguição e discriminação por razões de fé. Trata-se da macrorregião do mundo mais afetada por esta chaga, seguida pela África (1 em cada 5) e pela América Latina (1 em cada 16).
Da lista depreende-se que os países que registam um “nível extremo” de perseguição aumentaram de 11 para 13 em comparação com o último relatório.
A Nicarágua foi o país que mais posições subiu na lista, passando da 50ª para a 30ª posição devido ao aumento da pressão resultante de processos judiciais, prisões de membros das Igreja e restrições às atividades das igrejas.
Olhando para a Ásia e o Médio Oriente, além de Pyongyang, a situação é preocupante também no Iémen, Paquistão, Irão, Afeganistão, Índia, Síria e Arábia Saudita.
O relatório alerta ainda para uma instabilidade crescente na região da África Subsariana, com um aumento da violência motivada por razões religiosas. No entanto, os assassinatos de cristãos diminuíram, passando dos 5.621 do ano passado para os 4.998 registados neste relatório. A razão prende-se com o declínio detetado na Nigéria, embora o país continue a ser “epicentro de massacres” como aconteceu no Natal.
A Lista Mundial de Perseguição é criada todos os anos pela organização não-governamental Portas Abertas. Conta com o apoio de cristãos perseguidos em mais de 70 países, investigadores, especialistas e analistas, num total de cerca de 4 mil pessoas.
Embora existam cerca de 100 países “potencialmente afetados pelo fenómeno da perseguição” a lista apresenta apenas os 50 que representam as situações mais preocupantes de perseguição e discriminação contra cristãos pertencentes a todas as denominações e confissões.