Numa entrevista em que falou do Natal, da sua nova missão na diocese de Setúbal, da realidade nacional e de como deve a igreja dialogar com o mundo de hoje, D. José Ornelas, o mais recente bispo português, diz que a Europa precisa de missionários.
D. José Ornelas, padre missionário dehoniano, preparava-se para partir para Angola quando recebeu o convite do Papa para ser bispo de Setúbal. Apesar da resistência diz que “nunca disse que não a uma solicitação de serviço que me foi pedida e não vou começar a dizê-la ao Papa”.
Mas o pedido do Papa foi mais específico, “ele disse-me: ‘mas vais como missionário porque senão não vale a pena’”. E o Papa acrescentou: “a Igreja da Europa tem muita necessidade de voltar a redescobrir-se como missionária no seu próprio território”.
Depois de 12 anos fora de Portugal, D. José Ornelas diz que não vê a igreja portuguesa nada fechada. “Vejo a igreja portuguesa num diálogo interessante” e afirma que “a vitalidade de uma igreja não se mede em números”.
Nesta entrevista em véspera de Natal, o novo bispo de Setúbal explicou como concebe o diálogo com a sociedade de hoje: “O reino de Deus está no meio da gente e não está só dentro da igreja. Mesmo a ideia de missão é uma ideia de missão de ir encontrar as sementes que o espírito já lançou numa humanidade inteira. A humanidade inteira está cheia de sementes do evangelho, do Verbo.”