Quarentena significa (mesmo) quarentena. “Não se pode ir trabalhar, à escola nem a espaços públicos"
12-03-2020 - 20:08
 • Renascença

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, refere que, apesar de "ainda não estarmos no crescimento exponencial", todos os dias vão surgir novos casos, "provavelmente mais do que no dia anterior". E deixa um apelo à população: "Somos todos, mas todos mesmo, agentes de saúde pública", pelo que não se deve romper a quarentena.

Na conferência de imprensa diária sobre o coronavírus, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, confirmou a existência de 78 casos identificados em Portugal – um número já adiantado na manhã desta quinta-feira pela Direção-geral da Saúde. No entanto, e apesar de o primeiro caso de um paciente infetado que recuperou trazer “esperança”, Lacerda Sales referiu que “poderão existir novos casos”, uma confirmação que apenas será dada no boletim de amanhã.

Por sua vez, a diretora-geral da Saúde Graça Freitas referiu que a situação é espectável. “Todos os dias vão surgir novos casos, provavelmente mais do que no dia anterior. Foram 10, depois 18, depois 19 – e vão ser mais. Mas ainda não estamos no crescimento exponencial. O que temos é uma pequena curva, com tendência crescente”, explicou.

Lembrando que todos aqueles que tiverem febre, tosse ou dificuldade respiratória não devem ir trabalhar – e, antes mesmo de se dirigirem a uma unidade de saúde, deverem contactar de imediato a o SNS24, “mas também para o seu médico ou enfermeiro” –, Graça Freitas apela igualmente à solidariedade da população.

“Temos de ser solidários e tomar conta dos que mais precisam. Como sabem, esta epidemia é muito dinâmica. Todos os dias, hora a hora, serão tomadas todas as medidas consideradas necessárias. Contamos com todos. Somos todos, mas todos mesmo, agentes de saúde pública”, referiu.

Na habitual conferência de imprensa diária, a diretora-geral da Saúde deixou ainda vários apelos e recomendações, referindo desde logo que aqueles que se encontram em quarentena devem manter-se em casa. “Isso significa que não se pode ir ao trabalho, à escola, que não se pode utilizar espaços públicos e que também não se deve receber visitas em casa”, explicou, lembrando que “a medida é temporária e extremamente importante para a saúde de todos”.

Caso se partilhe casa, Graça Freitas refere que aqueles que se encontram a realizar quarentena devem “isolar-se de outras pessoas”, nomeadamente “manter-se num quarto separado, não partilhando objetos domésticos e respeitando as medidas de distanciamento social”.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde atualizou esta quinta-feira o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados. A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.

O boletim divulgado hoje divulgado assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.