O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou esta quinta-feira a intenção de reduzir para metade nas emissões de dióxido de carbono até 2030.
A medida é revelada no dia em que arranca da Cimeira do Clima, organizada pela Casa Branca, e que vai contar com a participação dos principais líderes mundiais e com o Papa Francisco.
Depois do regresso ao Acordo de Paris, o corte para metade das emissões de dióxido de carbono em relação aos dados de 2005 marca mais uma rutura com a política norte-americana dos últimos anos, levada a cabo pela administração do ex-Presidente Donald Trump.
É também uma chamada de atenção ao resto do mundo de que os Estados Unidos querem dar o exemplo e tencionam estar na fila da frente do combate contra as alterações climáticas.
"O custo da inação continua a acumular-se. Os Estados Unidos não vão esperar. Decidimos que vamos agir", disse Biden, no início da sua declaração na cimeira.
O corte anunciado por Biden será de 50% a 52% das emissões de gases de estufa comparativamente aos níveis de 2005 (apesar de algumas organizações não-governamentais sustentarem que devia ser um corte comparativamente a 2010, para as reduções serem ainda mais significativas).
Ainda assim, Biden promete o corte já até ao final desta década. É praticamente o dobro que os Estados Unidos se tinham comprometido nas últimas metas apontadas, e superior ao que os cientistas tinham esperado do Presidente.
No entanto, com um Senado em que os republicanos poderão travar muitos dos planos de reforma industrial propostos pelo Partido Democrata do Presidente americano, um consenso sobre essa reforma será difícil de atingir.
Biden argumentou na sua primeira intervenção na cimeira que o combate às alterações climáticas será também uma forma de criar emprego.
Com a China, Índia e Rússia presentes na cimeira, Biden espera ainda que as metas americanas encorajem os restantes a tomar medidas semelhantes. Em novembro, os líderes dos países voltam a reunir-se para a conferência COP26, em Glasgow, e Joe Biden disse que "os passos que os nossos países tomarem entre agora e Glasgow vão colocar o mundo no caminho do sucesso".
O primeiro sinal de uma vitória diplomática no primeiro grande palco internacional para o recentemente empossado Presidente dos Estados Unidos é a resposta do Japão.
Segundo órgãos internacionais, o primeiro-ministro japonês, Yoshide Suga, disse numa reunião que o Japão "ambiciona cortar os gases de estufa em 46% em 2030 relativamente aos níveis de 2013". Até agora, as metas japonesas apontavam para um corte de 26% no mesmo período.