As organizações sindicais representativas dos trabalhadores da TST – Transportes Sul do Tejo apresentaram esta terça-feira uma contraproposta à administração da empresa, que deverá ser analisada até sexta-feira, para exigir uma atualização salarial.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), ainda não foi possível chegar a um entendimento, mas a TST aproximou-se “bastante daquilo que é o conjunto das reivindicações dos trabalhadores”.
“Independentemente daquilo que a empresa nos responder, vamos realizar um plenário geral de trabalhadores na próxima terça-feira, dia 13, para analisar o pré-entendimento eventual entre as partes - entre os sindicatos e a empresa -, ou eventualmente a última posição da empresa, caso não venha ao encontro da nossa última proposta”, adiantou à agência Lusa Fernando Fidalgo, do STRUP.
Segundo Fernando Fidalgo, a empresa ficou “de ponderar até à próxima sexta-feira” a nova proposta apresentada.
Em junho, os trabalhadores da TST realizaram dois dias de greve para exigir uma atualização salarial.
Na ocasião, João Saúde, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) disse que os trabalhadores aguardavam por uma resposta da empresa ao pedido de reunião urgente, depois de esta ter apresentado uma proposta que ficou aquém do esperado quanto à tabela salarial.
Entre as propostas estava um aumento do valor das diuturnidades em 1 de julho em 15 euros e também a eliminação em janeiro de 2022 da rubrica de agente único.
“O trabalhador tem um subsídio por fazer o trabalho de cobrador de bilheteira [agente único]. A empresa quer eliminar e integrar o valor no salário. Isto dá a falsa ideia de que os trabalhadores dos TST passariam de um salário de 700 euros para 840 euros e isso é o que já recebem”, contou.
A empresa propunha também, segundo João Saúde, o aumento do subsídio de alimentação para 6,50 euros e para 7,63 euros no caso do subsídio de alimentação em deslocação.
“Os trabalhadores reunidos em plenário não concordaram com estas propostas que não lhes dão nada de concreto relativamente à evolução da tabela salarial. Um salário entre 900 e 1.000 euros base, tendo em conta o desgaste da profissão de motorista, a responsabilidade e a violência dos horários, seria, nesta altura, um salário para possível acordo”, disse.
Em 20 de maio, os trabalhadores tinham dado 15 dias à empresa para responder à exigência de atualização salarial e, como não obtiveram resposta, decidiram avançar para a paralisação.
Na altura, João Saúde explicou que os trabalhadores exigem a atualização dos seus vencimentos porque entendem que “não podem estar a ganhar o salário mínimo nacional”.
A TST, detida pelo grupo Arriva, desenvolve a sua atividade na Península de Setúbal, abrangendo os concelhos de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal, e efetuando serviços de transporte de passageiros, através de carreiras urbanas, suburbanas e rápidas.