Mais de metade dos participantes num estudo divulgado, esta segunda-feira, sobre violência no namoro em contexto universitário disse já ter sido sujeito a pelo menos um ato violento, quase em igual proporção de homens e mulheres.
O Estudo Nacional da Violência no Namoro em Contexto Universitário (2020/2021) é apresentado pelo UNI+, um programa promovido pela Associação Plano i, com financiamento comunitário e destinado a prevenir a violência no namoro no contexto universitário.
De acordo com os responsáveis pelo mesmo, "não é possível afirmar que a proporção da violência no namoro praticada por homens seja significativamente superior em comparação com a praticada por mulheres, porém a proporção da violência sofrida é superior nas mulheres comparativamente com os homens".
Em comunicado, a direção do programa UNI+ precisa que, dos que responderam ao estudo, 53,1% disseram que já tinham sido sujeitos a pelo menos um ato de violência, em concreto 53,2% das mulheres e 53,6% dos homens.
Segundo os dados, 32,4% dos participantes já praticaram pelo menos um ato de violência no namoro, desdobrando-se em 32,2% das mulheres e 34,6% dos homens.
O estudo teve a participação de 1.322 pessoas, a maioria, 87,7%, do sexo feminino, com uma média de idades de 22 anos. Os dados foram recolhidos entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021, o que, notam os responsáveis pelo trabalho, não implica que os casos de violência tenham ocorrido nesse período.
O estudo é apresentado numa sessão na qual será debatido tema da violência no namoro e serão apresentados os resultados de 2021 do Observatório da Violência no Namoro, uma iniciativa também do programa UNI+ e que é uma plataforma "online" de denúncia anónima e informal de casos de violência no namoro.
O Observatório foi criado em abril de 2017 e já recebeu 377 denúncias.