Mais de metade dos portugueses consideram que o investimento do Estado no combate ao cancro é insuficiente.
A conclusão consta de um inquérito da empresa Gfk Metris, encomendado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), que revela, ainda, que 97% dos inquiridos consideram que a saúde tem uma extrema, mas só um terço acham que é uma prioridade para o governo.
75% dos inquiridos classifica o cancro como a “patologia mais preocupante”, a seguir à Covid-19, e referem como fundamento para os seus receios o facto de ter uma taxa de mortalidade muito alta (25%), de terem ou terem tido alguém familiar com doença oncológica (25%) ou o facto de poder atingir qualquer pessoa (17%).
Se quatro em cada dez portugueses acha que o Executivo dá mais atenção às doenças oncológicas do que à saúde em geral, 68% considera que o investimento nesta área é claramente insuficiente.
Já entre os doentes, a opinião é mais positiva, com seis em cada 10 que dizem que é uma área prioritária para o governo.
Quanto aos obstáculos no acesso à Saúde, 44% dos inquiridos refere os elevados tempos de espera e outros 15%, a dificuldade em fazer diagnósticos de forma rápida e precoce. No que toca especialmente aos tratamentos oncológicos, um quarto dos inquiridos respondeu que a primeira consulta/diagnóstico é muito demorada.
Por outro lado, a qualidade e disponibilidade dos cuidados de saúde variam de hospital para hospital: é o que pensam metade dos inquiridos. E para 30%, há grandes diferenças, com elevado impacto.
O acesso a tratamentos inovadores é mais fácil na União Europeia, consideram 40% das pessoas que participaram no estudo. Para os outros 60%, o acesso a tratamentos mais modernos na área oncológica é insuficiente ou muito insuficiente.
O estudo vai ser apresentado publicamente esta quarta-feira, na conferência digital "Cancro: cada Dia Conta – da Prioridade à Ação", organizada pela APIFARMA.