Numa altura em que o diploma sobre autodeterminação de género nas escolas está na Presidência da República para promulgação, o movimento Missão Escola Pública, constituído por professores, critica quem aprovou as novas regras, acusando os deputados de “estar completamente à margem do que se passa nas escolas”.
As mudanças a adotar nas escolas no que diz respeito à autodeterminação de género, aprovadas no Parlamento em dezembro, continuam a suscitar reações.
A Renascença questionou esta terça-feira a Missão Escola Pública, movimento que reúne professores, que defende que há outras prioridades que deveriam ser tidas em conta quando se fala de escola.
A porta-voz Cristina Mota admite que é um “assunto bastante delicado”, no entanto, defende que é preciso primeiro garantir “que existem casas de banho nas escolas e que existem funcionários que façam a manutenção das casas de banho”.
Cristina Mota lamenta que muitos dos diplomas sejam “trabalhados por pessoas que estão completamente à margem do que se passa nas escolas e sem ter uma real noção do que nós temos”.
A porta-voz da Missão Escola Pública acrescenta que há estabelecimentos de ensino “que não têm casas de banho suficientes para dar resposta” e há casos em que alguns pais vão buscar os filhos à escola, “porque não existem casas de banho para que os filhos possam utilizar”. Aponta, por isso, como uma das prioridades equipar melhor as escolas.
Em declarações à Renascença, esta responsável garante que, pelo que lhe tem chegado, o direito à identidade de género “não é um problema nas escolas”, porque, quando ocorrem estas situações, “o bom senso e a sensibilidade têm conseguido dar resposta”, assim como “os professores e as direções (das escolas)”.
Cristina Mota conclui que não tem conhecimento de “qualquer aluno que esteja a ter alguma consequência” pela falta de legislação que regule a autodeterminação de identidade de género nas escolas.