Dos municípios para os bombeiros: “Limpeza das florestas é desígnio nacional”
26-02-2018 - 17:57
 • Olímpia Mairos

O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Manuel Machado, responde ao presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares.

Os municípios portugueses estão empenhados no “desígnio nacional” da limpeza da floresta e da prevenção de incêndios florestais e consideram que toda a sociedade deve estar empenhada nesta matéria.

“Nós queremos fazer parte da solução e queremos mobilizar todos os meios possíveis para atempadamente e nos sítios estratégicos, daí o faseamento que nós desejamos seja estabelecido, daí a mobilização de todas as pessoas que possam contribuir para garantir a limpeza das faixas de combustível”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), esta segunda-feira, em Boticas.

Confrontado pela Renascença com a declaração do presidente da Liga de Bombeiros, Jaime Marta Soares, segundo a qual os bombeiros não têm vocação, meios ou tempo para ajudar as câmaras a limpar mato, Manuel Machado, sem querer entrar em polémicas, referiu que “todas as pessoas, todas as entidades que possam, de algum modo, contribuir para minimizar que a tragédia se repita, todos são bem-vindos, todos”.

O presidente da ANMP falava aos jornalistas, no final da reunião do conselho diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que realizou em Boticas, a primeira reunião descentralizada deste mandato autárquico.

Descentralização: ANMP deve liderar

No encontro, que foi dominado pela nova lei sobre a gestão de combustível, os autarcas abordaram ainda o tema da descentralização de competências e a reprogramação do Portugal 2020 e defenderam que a ANMP “deve prosseguir a liderança deste processo”.

“Não há nenhuma vantagem em espartilhar estes processos que têm que ser para o todo nacional. Tem de ser [um processo] universal e é nesse sentido que a ANMP tem vindo a trabalhar”, afirmou Manuel Machado.

A associação decidiu pedir uma reunião ao Governo para análise da reprogramação do Portugal 2020, um dossiê que terá que estar fechado em março.

O presidente da ANMP, Manuel Machado, abordou ainda o encerramento dos postos dos CTT, considerando que não é aceitável que uma rede, que “funcionava bem, era lucrativa e rentável, esteja agora, por ganância, a ser substituída por quiosques, mercearias ou cafés”.

“Não é adequado e está em causa o sigilo, a confidencialidade da correspondência. Contestamos este ímpeto de encerramento de estações de correios, porque é mais um prejuízo e aumenta a desertificação”, enfatizou.