Gestão frente à Bélgica? "Mais vale não irmos a jogo"
28-03-2016 - 16:29

Fazer rotação em função das perspectivas dos clubes que cedem jogadores à Selecção é algo que o seleccionador nacional rejeita.

O seleccionador nacional, Fernando Santos, diz que preferia não realizar jogos de carácter particular ou de preparação, se isso representasse a obrigação de gerir o esforço dos jogadores convocados em função do futuro dos clubes que representam.

Numa fase crucial da temporada para vários dos emblemas que cedem atletas à equipa das quinas, o seleccionador admite dar, diante da Bélgica, mais minutos a peças que tenham alinhado durante menos tempo na derrota da passada sexta-feira, frente à Bulgária (0-1), mas tudo exclusivamente em prol da preparação da equipa nacional para o Euro 2016.

"Não vou fazer gestão nenhuma. Mais valia não irmos a jogo e vir aqui. O melhor é passar por cima disso. Alguns que jogaram mais tempo terão de jogar menos tempo, mas isso é natural", disse Santos, esta segunda-feira, em conferência de imprensa.

O desaire frente à Bulgária deixou um sabor agridoce na boca do seleccionador. Se o registo exibicional, sobretudo a nível ofensivo, foi positivo, a realidade é que o movimento defensivo da equipa e, acima de tudo, o resultado, desgostaram a Fernando Santos. "No processo ofensivo, a equipa conseguiu coisas muito interessantes. Não é fácil ter 10-12 oportunidades de golo. Não as conseguimos materializar, mas as coisas saíram. Quando não se finaliza, é uma outra questão. Onde estivemos pior não foi no processo ofensivo, mas sim no processo defensivo. Cometemos erros que tentaremos não voltar a cometer", declarou.

Ora, perante o falhanço no objectivo imediato de bater os búlgaros, o seleccionador não muda o rumo seguido, a nível táctico. "Marcha atrás? Não, obviamente que vamos sempre ao longo do tempo vendo como as coisas estão, vamos aprimorar, mas agora passar tudo para traz, como se não acreditássemos no que estamos a fazer, nunca será assim", assegurou, assegurando que "Portugal vai jogar sempre num conceito de 4-4-2 ou um 4-3-3 mais móvel".

"É isso que temos treinado sempre, é isso que está no ADN dos jogadores", justificou. "Pretendo uma equipa mais móvel, muitas vezes pode ser 4-3-3, 4-1-4-1, mas a base será sempre o 4-4-2. Os adversários colocam-nos depois várias questões, quanto à forma como vamos organizar o jogo, mas mais em termos de organização defensiva", completou.

O Portugal-Bélgica arranca às 19h45 de amanhã, no Estádio Municipal de Leiria. Jogo com relato na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.