Os juros vão ficar inalterados. É esta a decisão do Banco Central Europeu (BCE) que, esta quinta-feira, manteve a taxa de refinanciamento nos 4,5% e a taxa de remuneração de depósitos dos bancos nos 4%. O Conselho do BCE diz estar determinado a "assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%", mas não "não se compromete" com uma data para a esperada descida dos juros.
Em janeiro passado, a presidente do BCE admitiu que as reduções poderiam chegar no verão, sempre dependendo da evolução dos indicadores.
Depois de várias subidas entre julho de 2022 e setembro de 2023, com o objetivo de controlar a inflação, a instituição liderada por Christine Lagarde têm mantido os juros iguais desde a reunião de outubro do ano passado. Assim, e sendo esta a quinta reunião consecutiva em que os juros se mantêm inalterados, tal como os analistas previam, é dado um sinal de que, em breve, e à medida que a inflação fica mais controlada, o BCE poderá começar a cortar nos juros.
“A informação que tem vindo a ser disponibilizada confirmou amplamente a anterior avaliação efetuada pelo Conselho do BCE das perspetivas de inflação a médio prazo", lê-se no comunicado.
"A inflação continuou a descer, impulsionada pela menor inflação dos preços dos produtos alimentares e dos bens. A maioria das medidas da inflação subjacente está a abrandar, o crescimento salarial regista uma moderação gradual e as empresas estão a absorver, nos respetivos lucros, parte do aumento dos custos do trabalho."
Na nota, defende-se que as condições de financiamento permanecem restritivas e que os anteriores aumentos das taxas de juro continuam a pesar sobre a procura, "o que está a ajudar a reduzir a inflação”, mas "as pressões internas sobre os preços são fortes e estão a manter a inflação dos preços dos serviços elevada".