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Depois da colocação na universidade os alunos do Porto (e um pouco por todo o país) enfrentam dificuldades em encontrar alojamento.
"A nossa perceção é que estas camas estão a ser mobilizadas para o turismo. O número de quartos está ainda mais reduzido. Os senhorios preferem alugar a turistas a preços mais elevados do que a estudantes do ensino superior", denuncia à Renascença Ana Gabriela Cabilhas, presidente da Federação Académica do Porto (FAP).
Esta federação, que representa 27 associações da Área Metropolitana do Porto e mais de 70 mil estudantes, diz que a inflação também está a prejudicar a conta das famílias que precisam de encontrar alojamento para os jovens que entram para a universidade.
Se a título privado a oferta é escassa, a nível social também não melhorou. "Nas residências de ação social não se sente o reforço. A execução do plano está a decorrer de forma curta, principalmente porque no contexto da pandemia os quartos que eram para três e quatro pessoas e passaram a single e, por isso, há um desafio acrescido e necessidade de reforço destas camas", explica Ana Gabriela Cabilhas.
Em declaração à Renascença a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, reconhece que as medidas no terreno para suprir a dificuldade de alojamento não são excelentes.
Contratos para garantir mais de 15 mil camas
Elvira Fortunato recorda que há um programa em curso, anunciando que na próxima quinta-feira serão assinados novos contratos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
"Vamos assinar 119 contratos. São 12 mil renovações de camas, algumas já existem, mas outras não estão em bom estado, juntam-se 3.700 novas camas em novas residências. Sabemos que é pouco e estamos a tentar um reforço de cerca de 72 milhões de euros para suprir mais necessidades", adianta a governante.
A maioria das camas serão criadas precisamente a Norte. “Elas estão mais concentradas na região Norte: Porto e Braga e Lisboa e Vale do Tejo", indica Elvira Fortunato.
O Governo não contava com o aumento do aluguer de quartos e de casas ao turismo e pediu, por isso, para que estes projetos sejam agora agilizados o mais rápido possível.
"O turismo aumentou muito e, porque queremos assinar os contratos rapidamente para que a execução seja rápida, estamos a pedir que as burocracias de licenças, etc… Por parte dos municípios tenham um cuidado especial para acelerar a finalização dos projetos", defende a ministra do Ensino Superior.
Quando estarão instalados os novos quartos? A Elvira Fortunato não consegue ainda responder: "As construções vão demorar mais tempo, no máximo dois anos. As renovações dependem do estado em que estão as residências e edifícios".
Elvira Fortunato diz estarem em cima da mesa em discussão medidas de ajuda não só aos estudantes como também às universidades por causa do aumento da inflação e do preço da energia.