Teimosia é a justificação que a presidente da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto, Martha Gens, encontra para a decisão da Direção-Geral de Saúde e do governo de manter os adeptos afastados dos estádios.
"Lamentavelmente, há anos que o nosso campeonato perde espetadores nos estádios. Determinados campos têm, uma média, três mil espetadores nas bancadas, um terço da sua capacidade, e, num contexto de crise económica, não vejo que as pessoas corressem agora para os estádios e que houvessem grandes enchentes. Não percebemos que outras atividades vão retomando a sua atividade e o futebol, de uma forma muito teimosa, continue a ficar de fora", referiu.
Nesta entrevista a Bola Branca, Martha Gens reforça que a DGS e o governo têm dado aval positivo à presença de público noutros eventos. A descriminação negativa do futebol é incompreensível, defende.
"Nós até percebemos que o futebol não seja uma prioridade, pelos potenciais riscos associados à Covid-19. Em abril, a Associação Portuguesa de Defesa do Adepto mostrou-se contra o regresso da Primeira Liga uma vez que nos encontrávamos em situação complicada motivada por este vírus", diz, antes de concluir.
"Contudo, a verdade é que existe um aval positivo em relação à realização de eventos relacionados com várias atividades de caráter lúdico, e portanto, não entendemos porque não se faz o mesmo em relação ao futebol", termina.