Ensino superior. As contas e o guia para arrendar quarto
21-09-2015 - 12:13
 • Teresa Almeida , Isabel Pacheco

A matrícula, a propina, os livros, o alojamento e o transporte. Tudo valores a somar para quem chega à universidade. O negócio de aluguer de quartos tem crescido. A maior parte das negociações é feita através da internet e, apesar de cada vez mais transparente, convém ter alguns cuidados.

Os 203 euros da taxa de matrícula na Faculdade de Direito de Lisboa estão pagos, tal como, os cerca de 100 euros da primeira mensalidade dos 1.073 euros de propinas. As contas são feitas por Daniel Costa “caloiro de Direito”.

Para quem vai agora dar os primeiros passos no ensino superior numa faculdade a quase 400 quilómetros de casa, tem a acrescentar aos primeiros gastos, o custo dos livros, que “vão ser bastante caros”. “Se der”, Daniel admite a hipótese de “optar pelas fotocópias”.

Depois, para ir a casa, “são 16 euros de autocarro. Vir são outros dezasseis”, adianta o estudante, que na altura de exames pensa em ficar por Lisboa, pela residência de estudantes onde vai passar o próximo ano.

A residência é uma entre as muitas ofertas de alojamento, em Lisboa, para universitários com comida, cama e roupa lavada. O preço ronda os 500 euros por mês.

“Um pouco caro”, reconhece Daniel, mas lembra que tem tudo: “Lavam a roupa, limpam o quarto, temos campo de futebol, de ténis, ginásio e as refeições todas à noite”, remata.

O almoço, garante à Renascença, vai ser na cantina faculdade, a dois euros e meio. Até porque a conta vai alta e ultrapassa os 700 por mês.

Ao fim do primeiro ano, a despesa supera os oito mil euros. E, na casa de Daniel, é a multiplicar por dois, dado que a irmã também está a estudar em Lisboa, no ensino superior.

Guia para arrendar quartos

Os anúncios em postes de electricidade, árvores e em placards afixados em escolas, cafés e outros espaços públicos passaram à história. A internet é agora o meio mais rápido para encontrar um anúncio de quarto para alugar.

Francisco Peres, da Uniplaces, uma plataforma online que trabalha com estudantes, diz à Renascença que “agora, as pessoas não querem ter que ir à faculdade ou às redondezas procurar informação”.

“Há muitos estudantes estrangeiros a entrar em Portugal que querem ter assegurada uma casa antes de vir e o mesmo acontece com os estudantes portugueses que vão lá para fora ou, mesmo no país, têm que se deslocar das suas terras”, explica.

Muitos destes negócios são feitos através de plataformas que apostam na crescente procura deste tipo de negociação. O seu trabalho é ser a ponte entre o estudante e o senhorio do quarto ou da casa.

A Uniplaces é apenas uma das muitas plataformas online que se dedicam a esta área. Trabalha com estudantes de 30 cidades espalhadas pela Europa e reúne cerca de 50 mil quartos para alugar.

“Foi preciso inovar e encontrar um método, não só de busca, mas, sobretudo, de marcação de alojamento para estudantes”, conta, confirmando que “o mercado dos quartos para universitários cresceu muito nos últimos anos” e “drasticamente”.

Francisco Peres garante que todos os imóveis agrupados são visitados e avaliados pelos profissionais da empresa. “Se houver alguma diferença entre o que o aluno viu na nossa página e o quarto em si, esse quarto será retirado da plataforma e o dinheiro devolvido ao estudante, porque nós só transferimos o dinheiro para o senhorio se tudo estiver nos conformes”, garante.

Actualmente, o custo da renda de um quarto no Porto pode começar nos 200 euros por mês. Em Lisboa é um pouco mais caro, podendo começar nos 300 euros mensais. Há, no entanto, truques que podem ajudar a poupar algum dinheiro. O primeiro é começar cedo a procurar. “Quanto mais cedo, mais barato será”.

Os estudantes devem ainda “escolher uma plataforma de confiança e depois conversar com o senhorio, avaliar se passa recibo, saber o que está incluído no preço, se tem internet, água e luz e, sobretudo, devem escolher quartos mobilados”, remata Francisco Peres.