“Hoje, damos o incêndio como dominado”, mas “não é momento de cruzar os braços”. As palavras são de Patrícia Gaspar, segunda comandante operacional da Proteção Civil, esta sexta-feira.
No habitual “briefing” à comunicação social, Patrícia Gaspar afirmou que existe “uma vasta área afetada” pelo fogo que começou há uma semana e que há, por isso, que “ter toda a energia e dedicação para que, nas próximas horas, consigamos manter a consolidação” do rescaldo e reagir “às reativações que, com certeza, vão surgir sem pôr em causa todo o trabalho feito”.
Também nesse sentido, vai haver novas ações intensivas do avião de reconhecimento, para detetar eventuais pontos quentes.
Nesta altura, o perímetro que mais preocupações levanta é o que liga São Marcos da Serra a S. Bartolomeu de Messines.
O tempo não vai ajudar. As previsões meteorológicas são “adversas”: aumento da temperatura, redução da humidade relativa e a aproximação de uma noite que já não representará “a mesma recuperação das outras noites anteriores”.
“Continuamos, por isso, com risco de incêndio”, sublinha Patrícia Gaspar, anunciando que o dispositivo no terreno se vai manter, apesar de as equipas se irem revezando e muitos bombeiros irem agora descansar.
“Vamos refrescar os bombeiros para que possam ficar prontos para novas respostas”, afirmou a segunda comandante operacional.
Para trás, e depois de oito dias de chamas, ficam 41 feridos, 22 dos quais bombeiros. Quanto a deslocados, são 49 e hoje vão feitos “todos os esforços para quem, durante o dia, a grande parte possa regressar às habitações”.
“Um especial apreço para todos os bombeiros”
Logo após anunciar o domínio do fogo no Algarve, a segunda comandante operacional da Proteção Civil deixou palavras de agradecimento “a todos os operacionais e não operacionais que deram o seu melhor, o seu empenho” neste combate.
“Um especial de apreço para todos os bombeiros [que estiveram no terreno] – de Monchique, do Algarve e de todos os pontos do país – por todo o trabalho feito, o todo o empenho, toda a dedicação”.
Patrícia Gaspar recordou, de seguida, que este foi “um teatro de operações muito difícil e complexo”.
Segundo os dados mais recentes do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais (EFFIS), o incêndio de Monchique destruiu cerca de 27.000 hectares e é considerado o maior este ano em Portugal.