Ex-ministro da Saúde. Progressos na vacinação permitem devolver mais liberdade e esperança
27-07-2021 - 07:00
 • Anabela Góis

“É fundamental deixar a economia libertar-se e trabalhar a questão da testagem", diz Adalberto Campos Fernandes no dia em que peritos e políticos voltam a reunir-se no Infarmed, dois meses depois do último encontro, em 28 de maio.

Veja também:


Em dia de reunião no Infarmed sobre a situação da pandemia, a generalidade dos especialistas considera que algumas das restrições podem ser removidas. É o caso das restrições no horário dos restaurantes ao fim de semana.

O ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, especialista em saúde pública, defende que o progresso da vacinação já permite devolver mais liberdade aos cidadãos e à economia. “Felizmente as vacinas têm mostrado que funcionam e temos visto isso na queda muito significativa dos óbitos e da gravidade dos casos. Com a vacinação a avançar está na altura de devolver a esperança às pessoas, mas também de deixar que a economia retome o seu caminho.”

Quanto às alterações que podem ser aplicadas, o ex-ministro da aponta o fim das máscaras obrigatórias na rua, a eliminação das restrições aos horários do comércio e o regresso do público ao desporto.

É fundamental deixar a economia libertar-se e trabalhar a questão da testagem, mas facilitando a prática dos testes e não passando essa responsabilidade para os agentes económicos”, começa por defender, acrescentando que “até final de agosto é um bom mês para progressivamente aproximarmos de um quadro de normalidade. e ao mesmo tempo devemos aproveitar este período para um exercício de pedagogia junto daqueles que ainda oferecem resistência à vacinação”.

Adalberto Campos Fernandes considera importante acompanhar a evolução dos internamentos hospitalares, mas diz que não vale a pena dramatizar a situação ou perpetuar uma pressão psicológica sobre as pessoas e sobre os agentes económicos.

“Tenho uma expetativa muito positiva não só que a matriz tenha um ajustamento, mas também que se defina um plano – com base na ciência, no conhecimento e no bom senso.” Segundo o antigo ministro, “temos de abrir as escolas em setembro e ter um arranque a seguir ao verão tão normal como possível”.

A pandemia provocou pelo menos 4.163.235 mortos em todo o mundo, entre mais de 194,1 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.301 pessoas e foram registados 954.669 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.