O presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CCPME) admite estar "cético" em relação às medidas de apoio ao tecido empresarial que o Governo vai apresentar esta quinta-feira, num contexto de aumento considerável do valor da inflação.
À Renascença, Jorge Pisco lamenta que o Executivo de António Costa seja "farto em anunciar milhões e mais milhões", mas que isso não traduza em soluções concretas para as empresas.
Sem querer fazer "futurologia", o representante das empresas espera que o Governo tenha em conta que as micro, pequenas e médias empresas representam 99% do tecido empresarial.
"Vivemos numa bolha em que parece que está tudo bem, mas não está. A situação tem tendência a agravar", avisa.
"Vamos ter de continuar a alimentar a guerra e quem suporta isso são as empresas e os trabalhadores. A inflação vai manter-se, assim como o custo de vida. As empresas não têm condições para continuar numa situação como a que estão a viver", acrescenta.
O presidente da CCPME critica o Executivo por não ter tomado as decisões mais cedo e não "tivesse ficado à espera do que Bruxelas fosse dizer".
"É uma falsa questão. Tem soberania nacional e já há muito devia ter tomado medidas concretas", refere.
Jorge Pisco reitera que as empresas precisam "de muita coisa", destacando a diminuição dos combustíveis e da eletricidade, a diminuição da carga fiscal e que não sejam as grandes empresas, "que representam 0,01% do tecido económico" a terem "a faca e o queijo na mão".
"As micro pequenas e médias empresas não podem estar dependentes disso. O Governo tem de anunciar e aplicar medidas que venham ter em conta as nossas necessidades", conclui.