O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta segunda-feira que "conectar pessoas de todo o mundo" está no ADN de Portugal e desejou que as empresas portuguesas presentes na Web Summit "encontrem parceiros, novos mercados, mais capital".
O primeiro-ministro falava no arranque oficial da Web Summit, considerada a maior cimeira de tecnologia, inovação e empreendedorismo, que decorre em Lisboa até quinta-feira.
Num discurso maioritariamente em inglês, o chefe de Governo afirmou que "Portugal é um país aberto para o mundo que valoriza a liberdade e acredita na inovação como o motor do progresso".
"Conectar pessoas de todo o mundo está no nosso ADN ('connecting people from all over the world is in our DNA')", sublinhou António Costa, que recordou que Portugal começou, há 600 anos, a ligar a Europa a África, Ásia, América, aludindo aos Descobrimentos portugueses.
"No próximo ano celebramos 500 anos desde a primeira circum-navegação do globo por Fernão de Magalhães", prosseguiu, acrescentando que desde então os portugueses sempre foram "um ponto de encontro entre pessoas e culturas", um "'hub' para a migração, um motor para o comércio global".
"Não nos esquecemos e aprendemos com o lado mais negro da nossa história, desde a escravatura, intolerância religiosa" sob a alçada da Inquisição e do regime de ditadura "vivido na metade do século XX", continuou.
"Esses dias ensinaram-nos a abertura e a liberdade", disse, salientando que Portugal aprendeu a amar a liberdade de cada um e a dos outros, a respeitar as crenças de cada um, as suas formas de vida, orientação sexual, igualdade de género.
"Aprendemos que só a liberdade permite a criatividade, a inovação tecnológica e o empreendedorismo", apontou.
O primeiro-ministro reafirmou que é com entusiasmo que Portugal recebe a Web Summit nos próximos 10 anos.
"Às empresas portuguesas, desejo que aqui encontrem parceiros, novos mercados, mais capital, novos recursos humanos. Vocês são os nossos embaixadores na Web Summit. Bom trabalho e uma grande semana", afirmou, em português.
Aos participantes estrangeiros, António Costa disse estar entusiasmado por recebê-los, não só para a Web Summit, mas também para viverem em Portugal, trabalharem ou investirem no país.
"A todos aproveitem esta semana em Lisboa. Sejam livres, criativos, conectem-se. Bem-vindos a Portugal, bem-vindos à Web Summit", concluiu.
Medina destaca que Lisboa volta a ser a capital do mundo
Na cerimónia de abertura da Web Summit, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, disse que a capital portuguesa voltou a tornar-se a "capital do mundo" ao receber o evento.
Falando perante uma Altice Arena lotada, e poucos minutos antes do pontapé inicial da cimeira, Medina disse aos conferencistas: "500 anos depois, Lisboa torna-se agora a capital do mundo por vossa causa".
Cinco séculos depois da primeira viagem de circum-navegação, levada a cabo por Fernão de Magalhães, o presidente da Câmara quis assinalar a efeméride (que na verdade se comemora em 2019), oferecendo um retrato do navegador português ao fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave.
"Há 500 anos, Lisboa era o centro do mundo, com inovação, ciência, tecnologia, com a coragem de descobrir novos mundos", apontou o socialista, salientando que o mundo que Fernão de Magalhães "ajudou a descobrir e construir" é aquele que "as novas gerações das mais brilhantes pessoas, empreendedoras, corajosas estão a descobrir".
Tomando o palco depois do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, e do primeiro-ministro, António Costa, o autarca afirmou que os conferencistas vão poder encontrar na capital portuguesa "um dos mais escassos recursos nos nossos dias - abertura, tolerância, o querer bem, o receber a todos", vincando que "toda a gente é bem-vinda a Lisboa".
"Somos muito orgulhosos da nossa cidade, dos nossos valores. É por isso que estamos muito orgulhosos por esta cidade ser a casa da Web Summit nos próximos dez anos, porque o que tentamos mostrar com esta decisão é que queremos fazer de Lisboa a capital para a inovação, para os empreendedores, mas principalmente a capital da tolerância, do diálogo, onde as pessoas falam entre si, sem discriminação", acrescentou.
"O meu desejo nestes dias é que tenham a oportunidade para nos conhecer verdadeiramente", considerou, acrescentando que "aqueles que estão aqui pela primeira vez, vão conhecer uma das mais antigas cidades da Europa e do mundo".
A edição de 2018, a terceira em Lisboa, decorre no Altice Arena e na Feira Internacional de Lisboa (FIL) até quinta-feira, com 70 mil participantes.