Batalha campal em Paris. Mais de 50 feridos e mil detidos
08-12-2018 - 16:30
 • Ricardo Vieira, com agências

França vive mais uma jornada de protesto dos coletes amarelos.

Pelo menos 55 pessoas ficaram feridas nos confrontos deste sábado, em Paris, entre manifestantes do movimento “coletes amarelos” e as forças de segurança.

Mais de mil manifestantes foram detidos pelas autoridades nos protestos contra a degradação das condições de vida, de acordo com o mais recente balanço oficial.

Muitos já foram libertados, mas um total de 551 manifestantes continuam sob custódia policial.

Em declarações à Renascença, Fernando Oliveira Engler, um tradutor português que vive no centro de Paris, dá conta de “confrontos violentíssimos” na zona da Praça da República.

“Sabe-se que há infiltrados entre os manifestantes, apesar de a maioria dos coletes amarelos serem pacíficos, mas há alguns elementos de extrema-direita, mesmo de extrema-esquerda e ‘black blocs’, que costumamos ver nos protestos anti-globalização."

“Vi na televisão manifestantes muito bem organizados. Em menos de dois minutos destruíram uma montra da Starbucks e levaram tudo o que puderam. Não estamos a falar de ações espontâneas, são ações preparadas”, afirma Fernando Oliveira Engler.

Durante a tarde, a polícia disparou gás lacrimogénio e canhões de água para tentar travar o avanço dos manifestantes, que responderam arremessando pedras e outros objetos e erguendo barricadas.

Depois de semanas de protestos, o Governo destacou oito mil polícias para as ruas de Paris.

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, está a acompanhar o sábado de protestos em todo o país e já manteve várias reuniões com o ministro do Interior, Christophe Castaner.

Na base das manifestações dos "coletes amarelos", que já decorrem há semanas, está a subida do imposto sobre os combustíveis. A medida já foi suspensa pelo Governo, mas não está a travar os protestos em França.