“Diante do horror desta guerra na Ucrânia, o Papa Francisco convocou a arma mais poderosa de todas: a oração. Todos nós estamos convidados a participar neste esforço”, refere o presidente da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), que numa mensagem enviada aos secretariados da Fundação espalhados pelo mundo agradece às religiosas e religiosos contemplativos pela forma como responderam ao convite do Papa.
“Recebemos o compromisso de muitas congregações religiosas de diversos países para apoiar esta iniciativa. Todos os continentes estão unidos neste apelo de oração. Esta é a visão da Igreja da humanidade como uma família que reza unida, e que vive segundo as leis do amor e não do poder”, sublinha Thomas Heine-Geldern.
Desde a Zâmbia, passado pelo Bangladesh, Bósnia, Angola, Brasil ou Peru, foram já muitas as comunidades contemplativas que reafirmaram a vontade de unirem as suas orações nesta prece global pelo fim da guerra na Ucrânia. Segundo informa a AIS, as Clarissas na Zâmbia, por exemplo, enviaram mensagens para a Fundação manifestando a sua “preocupação” pelo desenrolar dos acontecimentos, sublinhando que depois da experiência dramática da Covid-19, o mundo “não precisava de outra guerra”.
No Bangladesh, outra comunidade de Clarissas assumiu o compromisso de se juntar ao apelo da Fundação AIS. “Faremos tudo o que formos capazes para salvar a vida das pessoas. Estamos a jejuar duas vezes por semana, e a partir de Quarta-feira de Cinzas, durante toda a Quaresma, estaremos de pé durante o pequeno-almoço e o jantar”.
As Carmelitas em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, também recordam a importância da paz. “Sabemos o que significa sofrer com a força e a agressão, tanto aqui na Bósnia como na Croácia. A guerra é uma experiência horrível pela qual temos passado. É por isso que estamos particularmente chocadas com os acontecimentos na Ucrânia e rezamos fervorosamente ao Senhor para trazer paz e liberdade ao povo ucraniano”, lê-se na mensagem que enviaram.
Em Benguela, Angola, as Irmãs Dominicanas recordam que também conhecem “os horrores da guerra”, devido ao conflito armado no país, entre 1975 e 2002. “Porque vivemos tais atrocidades e sentimos as suas consequências na nossa própria carne... até chegar a paz. É por isso que o nosso coração se despedaça só de pensar no sofrimento que os nossos irmãos e irmãs estão a suportar neste momento”, sublinham.
Logo no primeiro dia da invasão russa da Ucrânia, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre assumiu o compromisso de enviar apoio de emergência no valor de 1 milhão de euros, que se destina aos sacerdotes e religiosas que trabalham com refugiados, em orfanatos e em lares para idosos em todo o país.