Rui Mota, treinador-adjunto de Roger Schmidt no Beijing Guoan, da China, em 2018 e 2019, entende que o técnico alemão deverá começar a adaptação a Portugal e ao Benfica logo que encerre a época nos Países Baixos.
Depois de um longo período de especulação, as águias anunciaram hoje um “princípio de acordo” entre o clube e o treinador, que assina por dois anos com os encarnados. Atualmente no PSV, o técnico deverá firmar o contrato até esta quinta-feira, na Alemanha.
Está assim oficialmente aberto um novo ciclo na Luz, onde o novo treinador terá tempo para “preparar o melhor possível a próxima época”. Rui Mota, antigo adjunto de Schmidt, vê a celeridade do acordo como “uma vantagem” para a temporada 22/23.
“Poderá preparar-se antecipadamente e com tempo. Conhecer a identidade do clube, o plantel disponível e o contexto e realidade do futebol português”, explica em Bola Branca.
Rui Mota não tem dúvidas de que haverá “acertos” no plantel encarnado com a chegada do alemão. Jogadores “menos utilizados” devem sair e é esperada uma aposta nos sub-19 que venceram a UEFA Youth League, para “munir a equipa principal”. Já na China a aposta nos jovens era habitual em Schmidt.
“É um treinador que observa, acima de tudo, o rendimento. Quando estamos a falar de uma formação como a do Benfica, com a qualidade que voltou a ser provada, será ainda mais fácil fazer essa aposta, porque há qualidade”, diz, em entrevista à Renascença.
O terceiro lugar no campeonato está quase garantido, numa época sem títulos. A temporada 2022/23 voltará por isso a ter pressão, mas Rui Mota sublinha que Roger Schmidt está “habituado a grandes palcos e a grandes projetos”, pelo que não deverá sem um problema.
“Está habituado a trabalhar em grandes clubes, com muita pressão, com jogadores internacionais e com o peso e responsabilidade de vencer”, relembra.
Roger Schmidt assina com o Benfica por dois anos, naquilo que o antigo adjunto considera “um casamento normal”.
“É um clube que dá garantias de poder lutar por títulos e de estar nos palcos a que ele está habituado, pelo que este casamento é normal”, acredita.
Num plano mais pessoal, Rui Mota revela que Roger Schmidt “gosta de estar próximo dos jogadores”, tanto dentro como fora do relvado. Alemão acredita que boas relações são “benéficas para a equipa”.
“Tenta entender o quotidiano dos jogadores, a vida pessoal, dificuldades que possam ter, porque entende que esse aspeto é fundamental para que o rendimento desportivo seja atingido ao mais alto nível”, desvenda.