Largas centenas de pessoas foram receber Salvador Sobral e a irmã Luísa ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, depois da vitória na festival Eurovisão da canção, em Kiev, na Ucrânia.
Salvador Sobral voltou a recusar o estatuto de “herói” nacional e pediu respeito pela sua privacidade. “Ainda não sei muito bem como vou lidar com isto. Quero é tocar por aí e ser feliz a tocar”, disse.
Admitiu, no entanto, que este triunfo com "Amar pelos Dois" pode "ajudar a música portuguesa". "É importante que lá fora percebam que a música portuguesa é muito mais do que o que tem chegado. Sei que é preciso gastar muito dinheiro mas acho que vai ser recompensado. É muito importante para a cultura, sem querendo ser prepotente mas sendo-o. Sei que estas coisas são efémeras e que daqui a dois, três meses, já ninguém se lembra... e ainda bem."
O cantor
referiu que a ideia sempre foi cantar em português. "Na Europa
inteira votaram na canção e não percebiam uma única palavra. Eu podia estar a
dizer ´vão-se todos lixar, a Europa não serve para nada, queremos sair’ e eles
não percebiam nada", afirmou.
Já Luísa
Sobral, autora da letra, lembrou que "as pessoas não percebiam o que ele
estava a dizer mas passou, porque ele sentia o que estava a dizer". Apesar
disso, esclareceu: “Não acho que só se deva mostrar coisas em português lá
fora".
Quanto ao prémio, o grande "vai
para casa dos meus pais” e o pequeno vai para a RTP, disse Salvador.
Após a conferência de imprensa, foi a loucura no aeroporto, com gritos de "Portugal, Portugal" e muitos a tentar agarrar o cantor que saiu rodeado pela polícia até entrar na viatura.