O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, considerou este domingo que a apresentação de uma moção de censura "é normal" em regimes democráticos, defendendo a necessidade de "serenidade" até que a Assembleia Legislativa decida sobre o assunto.
"A única coisa que vos quero dizer é que nós vivemos em democracia. A situação que vivemos atualmente é normal em democracia. As moções de confiança, as moções de rejeição são instrumentos previstos nos regime democráticos", disse o juiz conselheiro aos jornalistas à margem da cerimónia comemorativas da Liga dos Combatentes, no Funchal.
Ireneu Barreto reagia à apresentação de uma moção de censura, pelo grupo parlamentar do Chega, ao Governo Regional liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque na Assembleia Legislativa da Madeira.
O representante defendeu ser preciso aguardar "com serenidade que a Assembleia [Legislativa da Madeira] se pronuncie", recusando "dizer nada de especial que possa ser entendido como condicionando ou interferindo nos trabalhos da Assembleia". Ireneu Barreto também apelou a que a população "mantenha a calma que bem merece, a serenidade no dia a dia" e que "acredite no futuro".
"A Madeira continua a funcionar, continua a ter barcos no porto, aviões a aterrar, os hotéis a funcionar, os percursos pedestres a funcionarem, a economia a funcionar, os nossos restaurantes a funcionarem, está tudo a funcionar. Nós somos e continuamos a ser o melhor destino insular do mundo", concluiu.
Quarta-feira, o Chega/Madeira anunciou a apresentação de uma moção de censura ao Governo Regional da Madeira liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, justificando a iniciativa com o facto de cinco elementos do executivo regional serem arguidos em processos suspeitos de corrupção.
Albuquerque já declarou que não se vai demitir do cargo na sequência da "inesperada" e "inoportuna" moção de censura, assegurando estar preparado para todos os cenários.
O líder do PS/Paulo Cafôfo, anunciou sábado que o partido vai votar a favor da moção de censura e a estrutura regional da Iniciativa Liberal (IL) também indicou que vai viabilizar a iniciativa legislativa.
JPP e o CDS-PP vão reunir as respetivas comissões políticas regionais nos próximos dias para tomarem posição.