Em todo o mundo, as abelhas estão a morrer a um ritmo e número alarmantes. Das 68 espécies existentes na Europa, 24% estavam em extinção em 2014 e, nos Estados Unidos, desapareceram 44% das colónias existentes, em 2016.
Os números são da Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
Segundo Albert Einstein, “quando as abelhas desaparecerem da face da Terra, o Homem só terá mais quatro anos de vida”. O aviso é levado a sério pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) que, no Dia Mundial das Abelhas (20 de maio), reforçou o alerta.
“É muito provável que estejamos a perder algumas espécies para sempre, tendo em conta os dados disponíveis nos Estados Unidos e na Europa”, afirmou Abram Bicksler, responsável pela divisão de Proteção e Produção de Plantas da FAO.
As razões para tal são várias, na sua maioria “relacionadas com a atividade humana”, como o uso exagerado de pesticidas, as ejeções de diesel e práticas agrícolas intensas.
A extinção das abelhas, que ajudam diversas plantas a reproduzir-se, levaria também ao fim de vários alimentos – como maçãs, cenouras, beringelas, alho, cebola, manga e melão – e afetaria os animais que dependem de vegetais para se alimentar, pois ficariam comprometidos com a escassez de alimentos, prejudicando toda a cadeia alimentar.
Colmeias nos telhados? Sim, na Suécia
Um dos restaurantes da Suécia pertencente ao maior grupo de hambúrgueres do mundo quis contribuir para proteger as abelhas.
Associou-se à empresa de marketing Nord DDB e, no dia 20 de maio, inaugurou uma versão em miniatura do restaurante, mas que no fundo é um apiário.
“A iniciativa começou localmente, mas está a crescer. Franchisados de todo o país estão a unir-se à causa e começaram a substituir a relva em torno de seus restaurantes por flores e plantas, algo importante para o bem-estar das abelhas”, refere a empresa de marketing ao site Adweek.
A McDonald’s na Suécia pretende agora que outros restaurantes da cadeia, e não só, adotem a mesma ideia de colocar colmeias ou apiários nos telhados.
Passos lentos em Bruxelas
Em 2013, a União Europeia aprovou a proibição de utilizar três agrotóxicos (clotidianidina, imidaclroprida e tiametoxam). A França decidiu ir mais longe e baniu os cinco pesticidas associados diretamente à morte das abelhas. Foi o primeiro país europeu a fazê-lo.
Mais recentemente, têm surgido iniciativas de cidadãos para pedir a Bruxelas que volte a debater o problema da extinção destes polinizadores.
Noutro campo, em dezembro do ano passado, uma equipa de cientistas da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, anunciou ter desenvolvido uma vacina para dar mais resistência às abelhas.
A vacina promete combater a “síndrome do colapso das colónias”, uma doença bacteriana responsável pela morte de várias polinizadoras, atribuída aos ácaros, pesticidas, vírus e fungos.
Nos EUA, o canal norte-americano CNN decidiu juntar vários especialistas e divulgar uma lista com conselhos para manter a espécie viva. Por exemplo: plantar flores, reduzir o uso de pesticidas e comprar produtos locais feitos por apicultores.