Inês Tomás, a mãe da menina Jéssica que morreu em Setúbal, vai ficar a aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva por existir perigo de fuga, decidiu esta sexta-feira o Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal.
A arguida de 37 anos, que foi detida esta semana, fica também impedida de contactar com testemunhas e outros arguidos no caso.
Inês Tomás está "fortemente indiciada por homicídio qualificado por omissão", indica o despacho do juiz.
O homem de 28 anos detido esta semana, que é filho da alegada ama em preventiva por suspeita da morte de Jéssica, fica com a medida de coação de apresentações semanais às autoridades. Este arguido é suspeito de tráfico de droga e de um crime de ofensa à integridade física qualificada.
A morte da menina ocorreu, em junho deste ano, depois de a mãe ter ido buscar a casa de uma mulher que identificou às autoridades como ama da criança.
De acordo com a mãe, a menina esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.
A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.
Na altura, a Polícia Judiciária revelou que deteve três pessoas por suspeita do homicídio: uma mulher de 52 anos a quem a mãe da criança devia dinheiro, inicialmente identificada como ama, o seu marido, com 58 anos, e a filha, de 27 anos.
O coordenador da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, João Bugia, adiantou que a mãe da menina e o padrasto foram também ouvidos, mas não foram constituídos arguidos.
Segundo João Bugia, a mãe da menina foi "ardilosamente enganada" e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita.
Nos cinco dias em que permaneceu na casa dos detidos, a criança terá sofrido maus-tratos severos.